O país de orelhas em pé neste mês para a campanha Novembro Laranja, um movimento nacional de alerta ao zumbido nos ouvidos. A otorrinolaringologista, Drª. Elvira Lopes, credenciada ao Mato Grosso Saúde pela Clínica Vida, esclarece que a situação não é uma doença, mas um sintoma que afeta, principalmente, a via auditiva, atingindo a qualidade de vida e que pode ser prevenido.
A especialista explica que zumbido é um som notado nos ouvidos ou na cabeça na ausência de um estímulo sonoro do ambiente. “Entre as causas está a perda da audição, pela deterioração das células sensoriais do ouvido, ou pelo envelhecimento, exposição a ruídos intensos, como um show, ouvir música alta frequentemente, principalmente com fones de ouvido e excesso de cerume”, diz a médica.
Outras causas são pelo aumento do volume de líquido no labirinto (órgão localizado dentro da orelha), conhecida como doença de Ménierè, que causa zumbido, vertigem e perda de audição, além de neurinoma do acústico, que é um raro tumor que acomete o nervo auditivo.
De acordo com a médica, o zumbido pode ser um sintoma de uma infecção, como a otite, mas que tende a sumir com o tratamento.
“O zumbido pode indicar que algo não está bem em nosso corpo. Podem ser casos de alterações odontológicas, assim como metabólicas, como as do açúcar, gorduras e deficiência de vitaminas, além de alterações hormonais, como a tireoide e hormônios sexuais”, pontua.
Elvira Lopes também aponta que o sintoma pode indicar distúrbios cardiovasculares, como a hipertensão arterial mal controlada e arritmias, distúrbios psiquiátricos, como depressão e ansiedade.
Existem várias causas, a lista é grande. Má formação de vasos da cabeça e pescoço, maus hábitos alimentares, uso de cigarros e bebidas, problemas de coluna cervical podem acarretar o zumbido. Esses fatores também podem piorar a percepção do sintoma, mas buscar um médico é a melhor opção para investigações e tratamentos.
Diagnóstico e tratamento
“O médico vai avaliar o sintoma, como o tipo de zumbido, quando ele aparece, o tempo de duração e outros sintomas associados, como uma tontura, desequilíbrio ou palpitações, por exemplo, examinar os ouvidos, articulação da mandíbula e vasos sanguíneos da região. Podem ser solicitados exames para complementar o diagnóstico”, detalha a otorrino.
O tratamento depende da causa do problema. O zumbido poderá ser solucionado com uma remoção de cerume, uso de antibióticos para tratar infecções, cirurgias ou pode requerer outros recursos, como o uso de aparelho auditivo, implante coclear em casos de perdas de audição.
“Existem casos que podem requerer tratamentos mais especializados e demorados, como o uso de geradores de som, ansiolíticos ou antidepressivos, remédios vasodilatadores, tratamentos para outras doenças que desencadearam o zumbido, e até mesmo em alguns casos, realizar terapias complementares como acupuntura, musicoterapia ou outras técnicas de relaxamento”, esclarece.
Elvira Lopes destaca que a prevenção é o essencial para combater o problema. O envelhecimento natural, que é inevitável, poderá causar o zumbido, mas medidas simples fazem a diferença, como manter um estilo de vida saudável.
“É extremamente importante visitar um médico regularmente, ter cuidado com a exposição aos sons altos e evitar a ingestão de alguns alimentos como o café e o excesso de carboidratos. Neste mês de novembro estamos alertando e conscientizando dessa condição que atinge muitas pessoas”, finaliza a médica.