Representantes de instituições parceiras participaram, nesta terça-feira, de um workshop da Seciteci em Cuiabá, voltado à identificação de gramíneas nativas do Pantanal. A atividade marcou o início da fase teórica da segunda etapa do projeto Bioeconomia do Pantanal Norte, com foco direto no reconhecimento dos capins do bioma.
O encontro ocorreu na sede da secretaria e reuniu participantes ligados ao desenvolvimento de pesquisas sobre espécies utilizadas em pastagens e no manejo sustentável de áreas nativas. O objetivo imediato foi preparar o grupo para a ida a campo, prevista para esta quarta-feira.
A aula foi conduzida pelo especialista taxonomista José Montenegro Valls, da Embrapa, ao lado de Sandra Aparecida Santos, profissional que atuou por mais de três décadas na Embrapa Pantanal, em Corumbá. Conforme informações da secretaria, ambos centralizaram a apresentação das características que diferenciam os capins nativos e orientaram os participantes sobre técnicas de identificação.
No workshop, o professor Júlio Martinez, da Unemat de Pontes e Lacerda, destacou que o regime de chuvas e os períodos de alagamento têm reduzido a disponibilidade de forragem para o gado. Ele explicou que a situação interfere diretamente na cadeia de produção de corte na região, tornando urgente a recomposição dos campos nativos.
Segundo o professor, o grupo trabalha para ampliar a persistência e a qualidade das gramíneas, buscando alternativas que garantam maior produção ao longo do ano. Martinez afirmou que a pesquisa mira tanto na recuperação ambiental quanto na oferta de alimento para os animais, sem desconsiderar a necessidade de soluções que funcionem em campo.
Segunda fase e atividades de campo
O treinamento integra a segunda etapa do projeto, fase em que a equipe revisa conceitos teóricos e se prepara para observar as espécies diretamente no campo agrostológico — área destinada ao cultivo e estudo das plantas utilizadas no Pantanal. A coleta de novos materiais e o diálogo com criadores pantaneiros também estão previstos.
De acordo com o coordenador do programa, professor Sandro Sguarezi, o conhecimento das comunidades tradicionais é fundamental para a construção de um protocolo sólido de manejo. Ele ressaltou que essas famílias convivem há séculos com as condições ambientais locais e acumulam práticas que podem auxiliar na conservação das gramíneas.
Impacto para produtores e próximos passos
Sguarezi explicou que a criação de um protocolo de manejo contribui para dar maior segurança jurídica ao produtor, além de refletir na melhoria das pastagens e na produtividade. Para ele, fortalecer o Pantanal passa por ouvir quem vive no território e integrar esse conhecimento às pesquisas científicas.
As atividades seguem nesta quarta-feira, com coleta de espécies e observação em campo. O material reunido será utilizado para avançar na definição de práticas que possam ser aplicadas pelos criadores, fortalecendo a produção sustentável no bioma. As informações são da Seciteci.





















