Moradores do município de Barra do Bugres (a 169 km de Cuiabá) vieram até a Capital, nesta sexta-feira (15.02), para se cadastrar como voluntários no banco de doação de medula óssea do MT- Hemocentro. Nesta semana, 41 pessoas já se dispuseram a ser doadores para ajudar um jovem morador da cidade diagnosticado com leucemia e que luta há oito anos contra a doença.
O grupo faz parte da segunda caravana de voluntários que veio ao MT-Hemocentro. No início da semana, a unidade recebeu 32 pessoas interessadas em fazer a doação. No total, já são 73 pessoas que se deslocaram para fazer o cadastro. De acordo com a assistente social responsável pela organização da ação, Histsnéia Sandri, as redes sociais foram as ferramentas utilizadas para convocar os candidatos para realizar o cadastro.
“Sabendo da necessidade e da preocupação do Cauê, viemos sensibilizados por ele, realizamos um trabalho de divulgação pelo Facebook e WhatsApp, para convocar todos os que tinham o interesse em ajudar”, explicou.
Mesmo sabendo que a chance de o paciente encontrar um doador compatível é pequena, a coordenadora explicou que todo esforço é válido. “Independentemente de ser compatível ou não, nós viemos ajudar. A intenção também é mostrar que podemos ajudar em qualquer momento, não somente quando aumenta o número de pacientes que precisam do transplante”, concluiu.
De acordo com os dados do MT-Hemocentro, em 2017, a unidade encerrou o ano com 1.141 mil voluntários aptos a doação de medula óssea. Em comparação ao ano anterior, os resultados mostram que em 2018, o número de doadores subiu para 1.606 mil pessoas, cerca de 40% superior. Além disso, os resultados da unidade mostram que 1.565 mil pessoas estão aptas a doação em caso de compatibilidade com algum paciente.
Todos os candidatos cadastrados serão automaticamente incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), um banco de dados dos doadores do mundo todo. Mesmo que não seja encontrado um doador compatível, esses voluntários ficam cadastrados para um caso em que haja a compatibilidade.
Doação
Para ser um doador de medula óssea, o paciente deve ter de 18 a 55 anos, estar em bom estado de saúde, não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (infecção pelo HIV ou hepatite) e não possuir histórico de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide).
Após o preenchimento da ficha de inscrição e do termo de consentimento, é colhido 10 ml de sangue do potencial doador que posteriormente é encaminhado (pelo MT – Hemocentro) aos Centros Credenciados e Especializados (Laboratórios de Imunogenética) para fazer o exame de Histocompatibilidade (HLA) – o estudo do teste de compatibilidade da medula óssea.
O teste de histocompatibilidade identifica a tipagem da medula do pretendente doador. O resultado da tipagem (HLA) e o cadastro são enviados pelos laboratórios de imunogenética ao REDOME.
Dependendo da doença e da fase em que se encontra, o paciente pode se beneficiar com uma forma específica de doação, o médico vai orientar a respeito da melhor forma de coleta de células.
O transplante de medula óssea é indicado para as pessoas que têm doenças que comprometem a produção de sangue pela medula, como a leucemia, hemoglobinopatias, em crianças com doenças genéticas ou nos casos de aplasia de medula. Vários Centros de Saúde no Brasil estão devidamente aparelhados e qualificados para tal propósito.
Serviço
O MT Hemocentro é coordenador e referência em hematologia e hemoterapia em Mato Grosso. Os candidatos interessados em doar medula óssea ou sangue e tiverem qualquer dúvida sobre o assunto, podem entrar em contato pelo telefone: (65) 3623-0044.