Em meio a um cenário de destruição causado pelas queimadas no Pantanal de Mato Grosso, um tatu faminto foi flagrado comendo uma manga. O vídeo foi postado pelo grupo É o Bicho MT, composto por protetores da causa animal desde 2015, na página deles no Instagram, e que tem atuado na arrecadação e distribuição de alimentos e água aos animais atingidos pelos incêndios.
As queimadas no Pantanal devem gerar impactos diretos e indiretos no bioma, incluindo falta de alimentos, desequilíbrio ambiental e risco de extinção de animais.
O cenário é desolador, com praticamente toda a flora queimada, sem alimentos para os animais, que têm morrido de fome e de sede, além de muitos serem atingidos pelo fogo.
Segundo Hyla Fabiana Ponce, voluntária do grupo É o Bicho MT e que participa da equipe de triagem, o trabalho do grupo em Cuiabá se resume na coleta diária de alimentos, triagem e carregamento do caminhão três vezes por semana. São necessárias 3 toneladas por dia.
Ela explica que diversos grupos se uniram em prol dos animais e que a maior necessidade neste momento é conseguir água.
Segundo ela, um fato interessante é que, devido à fome e à necessidade de água, animais de espécies que antes não ficavam juntas, estão se aglomerando nas ilhas. Encontra-se pegadas de animais de diferentes espécies.
A origem dos tatus é primitiva e essa linhagem remonta há 80 milhões de anos. Acredita-se que um antepassado dos seres que conhecemos atualmente tenha convivido com tigres-dente-de-sabre e até com os primeiros humanos a habitarem o continente.
A maioria das espécies que conhecemos tem pouco ou nenhum pelo, se alimentam principalmente de insetos e outros são onívoros, podendo comer carne e vegetais.
Outra característica importante na constituição de um tatu é a presença das garras que permitem que escavem cupinzeiros e formigueiros para se alimentarem ou tocas para se esconderem. Todas as espécies localizam seu alimento exclusivamente pelo cheiro.