Na atual época do ano, a escassez de chuva é esperada em grande parte do Brasil. No entanto, o fenômeno do veranico, um período anormal de calor, tem se manifestado nos últimos dias e deve perdurar até o dia 20 de junho. Durante esse período, uma extensa massa de ar seco impedirá a entrada de ar polar no território brasileiro, mantendo as temperaturas elevadas e acima da média sazonal.
A combinação de ar e solo extremamente secos cria um ambiente propício para a propagação de focos de incêndio. O déficit de precipitações registrado em maio em várias regiões do país, agravado pelo bloqueio atmosférico observado na primeira quinzena de junho, intensificou ainda mais a vulnerabilidade a incêndios.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indicam que, nos primeiros 10 dias de junho, Mato Grosso liderou o ranking nacional de queimadas, com 853 focos registrados.
O Centro-Oeste tem sido particularmente afetado, com os quatro municípios mais impactados localizados nesta região:
- Corumbá, Mato Grosso do Sul: 415 focos
- Tangará da Serra, Mato Grosso: 92 focos
- Feliz Natal, Mato Grosso: 81 focos
- Poconé, Mato Grosso: 80 focos
Além do Centro-Oeste, a Região Sudeste também enfrenta desafios significativos. São Paulo e Minas Gerais figuram entre os 10 estados brasileiros com o maior número de focos de incêndio neste mês. Entre 1º e 10 de junho, Minas Gerais registrou 152 focos de queimadas, enquanto São Paulo contabilizou 126 focos, segundo informações do INPE.
Essa situação crítica ressalta a necessidade urgente de medidas de prevenção e combate a incêndios, bem como ações de conscientização da população sobre os riscos associados ao período de seca e altas temperaturas. O monitoramento contínuo e a atuação coordenada entre os diversos órgãos e entidades são essenciais para mitigar os impactos ambientais e proteger as comunidades afetadas.