Os cuidados com a higiene tiveram que ser redobrados durante a pandemia da Covid-19 para evitar a proliferação do novo coronavírus. E, em Mato Grosso, houve aumento considerável no consumo de produtos de limpeza, principalmente álcool, detergente, sabonete líquido e álcool em gel. Mas o consumo de álcool 70% foi o que teve maior crescimento, entre 30% e 35%, de acordo com o Sindicato das Indústrias Químicas de Mato Grosso (Sindiquimi).
Já a venda de detergente aumentou entre 4% a 5%.
As vendas desses produtos aumentaram na pandemia, contudo, os reflexos financeiros para as indústrias do setor não foram tão positivos quanto imagina-se, já que com a alta do dólar os preços dos insumos importados usados na fabricação dos produtos também aumentou.
“”Tudo atrelado ao dólar aumentou bastante. Tudo que tem embalagem aumentou muito, quase 12%, e isso não é culpa nossa, a culpa é a variação do dólar”, afirmou o presidente do Sindiquimi, Domingos Kennedy Garcia Sales.
Além disso, as indústrias tiveram redução nos incentivos fiscais concedidos pelo governo.
Parte desse aumento no custo da produção já foi repassado nos produtos, que subiram entre 8% e 10%.
“Houve um pequeno realinhamento dos benefícios. O governo reduziu os incentivos e o empresário repassou isso na conta o que impactou no produto final, mas não tem como repassar tudo para o consumidor”, afirmou.
A previsão é que o consumo de produtos de higiene continuem aumentando em 2021, já que os casos de Covid-19 continuam subindo e a vacinação em ritmo lento. Em um mês de campanha, apenas 2,11% da população mato-grossense foi imunizada, segundo dados do Ministério da Saúde.
Na avaliação de Kennedy, o pagamento do auxílio-emergencial pelo governo federal contribuiu com o aumento nas vendas. “Aqueles R$ 600 ajudou assim como a pandemia, porque as pessoas passaram a usar mais produtos de higiene”, disse.
Em Mato Grosso, são mais 400 caracterizadas como indústrias químicas, de produção de detergente, plástico, tintas, ração, entre outros.
Álcool 70%
Estudos mostram que o álcool 70% é o ideal para alcançar ação antimicrobiana, contra bactérias, fungos e vírus. O coronavírus tem uma cápsula que é facilmente rompida, por isso, o uso do álcool gel e a higienização das mãos com água e o sabão são eficientes para o eliminar.
No entanto, é preciso se atentar aos riscos de queimaduras com o produto, que é inflamável. O ideal é não usar o álcool 70% quando for lidar com o fogão ou fogo.
Sabão e água não devem ser trocados por álcool, se a pessoa tiver acesso à essa opção por primeiro.