Os mato-grossense estão fazendo uso em grande volume de ivermectina, bem como de sulfato de hidroxicloroquina. É o que revela um levantamento apresentado pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) à CPI da Covid, no Congresso Nacional.
De acordo com levantamento, entre 2020 e 2021, houve aumento de 943% nas vendas de ivermectina no estado, enquanto que a comercialização de sulfato de hidroxicloroquina, as vendas subiram 306%, em relações há anos anteriores.
O consumo excessivo desses medicamentos podem acarretar em problemas graves à saúde.
O Conselho indica que 2.805.736 unidades de ivermectina foram vendidas no estado e entre abril de 2019 e março de 2020, 268.879.
O documento traz dados sobre a variação de outros medicamentos, também usados no chamado tratamento precoce contra a Covid-19.
As vendas de azitromicina aumentaram 97%, no período de abril de 2020 e março de 2021.
Também foram pesquisados os medicamentos analgésicos e antitérmicos, que são normalmente utilizados para os sinais e sintomas da doença.
“A iniciativa desse monitoramento de alguns dos medicamentos do chamado ‘kit covid’ foi tomada com vistas à realização de campanhas de esclarecimentos à população sobre os riscos inerentes ao uso de medicamentos, visto que o conselho tem, entre suas atribuições, a de zelar pela saúde pública, promovendo a assistência farmacêutica”, diz o relatório.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma diretriz pedindo que a hidroxicloroquina, por exemplo, não seja usada para tratamento preventivo da Covid-19.
O conselho diz que tem alertado a população que qualquer medicamento, mesmo aquele que é consumido com indicação e orientação, pode causar dano, e a utilização de medicamentos sem necessidade ou a devida orientação causa ainda mais prejuízos.
Além disso, a entidade explica que o armazenamento desses produtos em casa aumenta o risco de intoxicações. Também está sendo orientado o descarte correto de sobras e medicamentos vencidos.