A diversidade na vegetação do Pantanal mato grossense é habitat para quase 300 espécies de peixes registradas nas águas da região, segundo pesquisadores. Os peixes são peças importantes para o desenvolvimento deste bioma, pois além de servirem como alimento para aves pernaltas e outros animais, eles ajudaram no desenvolvimento de plantas encontradas no local.
As abobreiras, que compõem a vegetação do Pantanal, são o principal alimento do pacu. Segundo o biólogo e doutor em biodiversidade e biotecnologia, Nilo Leal Sander, foi a própria espécie que iniciou o desenvolvimento da planta no local.
“O pacu pode ter se alimentado de um fruto de abobreira na Estação Ecológica de Taiamã e ter trazido essa semente. São eles e algumas aves, que também se alimentam da abobreira, que mantêm o desenvolvimento dessa população no local”, explicou.
Turismo
A interação entre a fauna e a flora também tem atraído o turismo para o local. Turistas de vários lugares visitam o Pantanal em busca da diversidade das espécies.
O aposentado Isaak da Rocha, que é de Goiás, disse que a busca pelas belezas do Pantanal tem passado de geração em geração. Ele frequenta a região há 20 anos.
“Todo ano a gente vem para o Pantanal, porque aqui é gostoso demais. O Pantanal é maravilhoso, muito bom. Tem muitos peixes aqui”, ressaltou.
O advogado Carlos Lock afirmou que também realiza frequentes visitas no Pantanal para praticar a pesca.
“Tem sete anos que venho aqui para pescar. A gente sempre pesca bem na beira da reserva ou mais para baixo do rio, pois são os melhores pontos para pegar peixes de couro, como o pintado”, disse.
A influência do pulso das águas
Outro tipo de vegetação que é facilmente encontrada nas águas do Pantanal e que influência o desenvolvimento de algumas espécies de peixes, é o aguapé. Com o movimentos dos barcos, a força do vento e a pressão da água, os aguapés se soltam facilmente e percorrem quilômetros até encontrarem uma barreira. Com eles, também vão os peixes de pequeno porte.
Pesquisadores buscam saber qual a influência do pulso das águas nestas espécies, já que durante a seca algumas baías perdem a conexão com o rio.
O doutor em ictiofauna, Hugmar Pais da Silva, explicou que, quando os aguapés se soltam, eles perdem a conexão com o rio e não têm acesso com o mantenedor, que é o rio principal.
Segundo Hugmar, muitas vezes, elas ficam isoladas, o que ocasiona uma variação na composição e influência o desenvolvimento dos peixes que percorreram o curso dessa planta.
“Várias espécies de peixes que encontramos no período da seca, muitas vezes, ou retornam para o rio, ou podem vir a morrer. No entanto, uma grande quantidade consegue se adaptar em algumas condições naturais e permanecem neste sistema”, explicou.