O vazio sanitário da soja em Mato Grosso começa no dia 15 de junho e termina em 15 de setembro, conforme Instrução Normativa Conjunta da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e Instituto de Defesa Agropecuária (Indea).
Durante 92 dias, não poderá haver plantas vivas de soja cultivadas ou germinadas. O vazio sanitário da soja foi instituído em Mato Grosso como medida fitossanitária desde 2006, com o objetivo de reduzir a presença do fungo causador da ferrugem-asiática, o Phakopsora pachyrhizi, na entressafra e evitando a ocorrência da doença na safra seguinte.
“Nesse período os produtores são obrigados a fazer a destruição de todas as plantas guaches e fazer a eliminação de todas as plantas vivas em suas áreas e próximas a ela. Sendo proibido o plantio da soja regular”, comentou o engenheiro agrônomo Waldemir Batista da regional do Indea em Lucas do Rio Verde.
De acordo com o Indea, na safra 2018/2019 foram cadastradas 12.694 propriedades com área plantada de soja de 8.755.682,65 hectares em Mato Grosso. A partir do próximo dia 15, o objetivo é fiscalizar 60% das propriedades, visando a ausência total de plantas de soja, principalmente nas áreas onde estão instalados pivôs de irrigação.
“Serão feitas visitas, fiscalização nas propriedades rurais. Orientamos aos produtores que faça antecipadamente todo o controle de plantas vivas de soja, onde o objetivo é evitar o hospedeiro da praga, fazendo com que a doença não apareça na próxima safra. Caso encontre na propriedade, serão feitas notificações para destruição e autuação que varia de acordo com o tamanho da área onde foi encontrado essas plantas vivas de soja”, salientou Batista.
O fungo que causa a ferrugem-asiática precisa de hospedeiro vivo para se desenvolver e multiplicar. Ao eliminar as plantas de soja na entressafra “quebra-se” o ciclo do fungo, reduzindo assim a quantidade de esporos presentes no ambiente.
A ferrugem-asiática provoca a desfolha precoce da planta, impedindo a completa formação dos grãos, o que gera redução na produtividade, sendo considerada uma praga de importância econômica.
De acordo com Waldemir Batista, os produtores estão conscientes quanto ao controle da ferrugem, tendo em vista que o vazio sanitário da soja tem mostrado resultados positivos.
“Dessa forma, observamos tem diminuído a quantidade de aplicações (defensivos), cujo objetivo principal é evitar a incidência da doença. A maioria das ações faz com que essa doença não ocorra devido ao tratamento preventivo. Temos na região de Lucas do Rio Verde e municípios próximos, praticamente a ausência da doença ferrugem”.
Algumas áreas de experimento previamente cadastradas junto ao Indea podem manter as plantas de soja vivas, mas de acordo com o engenheiro Waldemir Batista, é necessário um maior rigor no controle para evitar surgimento de focos da ferrugem asiática nesses locais.
“Quando aprovado, essas empresas passam por fiscalização a cada 15 dias e esses produtores são obrigados a fazer a aplicação de fungicida a cada sete dias e não pode haver sintomas da doença nesse período que eles determinaram para o experimento”.
Denúncias quanto ao descumprimento do vazio sanitário podem ser feitas ao Indea, por meio da Ouvidoria Setorial no telefone 0800 647 9990 ou por meio da Ouvidoria Geral do Estado pelo endereço eletrônico http://www.ouvidoria.mt.gov.br/falecidadao/.
A multa para quem descumprir a medida é de 30 Unidade Padrão Fiscal (UPF), mais 2 UPF por hectare de planta não eliminada. O valor da UPF pode ser consultado no site da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz-MT).