A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) apura denúncias de fraudes em cotas raciais que teriam sido cometidas por alunos de diversos cursos. Se confirmadas as irregularidades, os universitários podem perder as vagas. No Twitter, um perfil divulga informações dos supostos fraudadores para que o Ministério Público Federal (MPF) tome as providências.
“Nosso objetivo não é só expor, é ter a vaga de volta pra quem de direito. Também temos advogado e vamos agir de acordo com a lei. Sem medo, porque estamos agindo pelo certo”, explica o administrador, que prefere ter a identidade preservada.
O administrador afirma que já recebeu mais de 30 denúncias por meio da rede social. Os alunos seriam do curso de medicina, o mais concorrido da Universidade, psicologia, enfermagem e outros. Há também denuncias da Universidade Federal de Rondonópolis e Universidade de Mato Grosso (Unemat).
Para ingresso em qualquer universidade pública por meio de cotas, o Sistema de Seleção Unificada (SISU) exige que o estudante faça a comprovação por meio de documentos. A Lei de Cotas prevê a destinação de vagas para estudantes de escolas de públicas e, dentro dessa reserva, algumas vagas são para autodeclarados pretos, pardos ou indígenas e PCD (pessoas com deficiência).
Para aqueles que entram se declarando pretos ou pardos, há uma comissão que faz a avaliação, com base em critérios fenotípicos, uma vez que a aparência pode causar discriminação na sociedade e definir privilégios.
Procurada, a UFMT informou que quaisquer denúncias sobre fraudes no sistema de cotas podem ser realizadas junto à Ouvidoria da Instituição, que irá encaminhar a questão para uma comissão específica, para que a situação seja apurada.
A Instituição também esclareceu que quaisquer casos, mesmo que a denúncia seja feita após a efetivação da matrícula, são passiveis de punição com a perda da vaga, se for comprovada a fraude.
“Desde o ingresso para as turmas de 2019, a UFMT conta com uma comissão de verificação da autodeclaração étnico-racial, que atua durante o período de matrículas, com o objetivo de garantir o direito dos estudantes às cotas”, diz trecho da nota.