Dados da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte Urbano de Sinop (STU) indicam um cenário preocupante. Com 54,81 óbitos para cada grupo de 100 mil habitantes, a taxa de mortalidade no trânsito, registrada no ano de 2018, foi a mais alta desde 2010. Os números da série histórica englobam tanto mortes ocorridas nas vias municipais como ruas e avenidas, quanto nas rodovias dentro dos limites da cidade.
De acordo com a STU, do universo de 54.81 casos, para o respectivo grupo, 31.85 fazem referência, apenas, aos registros em vias de Sinop, enquanto outros 22.96 para as rodovias. Na avaliação dos especialistas, este cenário demonstra a necessidade da ampliação da fiscalização no trânsito, uma vez que a maior parte dos incidentes ocorre por fatores humanos.
“Podemos verificar que a maior causa destes acidentes é a falha humana, entre elas, a imprudência pelo desrespeito à sinalização, uso de substâncias que afetam os sentidos, principalmente o consumo de álcool, o abuso na velocidade do veículo e a falta de atenção, esta última amplificada principalmente pelo uso do celular”, alerta o guarda civil Alessandro Silva Oliveira, da área de Planejamento Estratégico e Estatístico da Secretaria Municipal de Trânsito.
Anteriormente a 2018, o dado mais preocupante quanto à taxa de mortalidade (100 mil habitantes) medida pela STU era o de 2013: 51.69 óbitos. De acordo com a série histórica, entre os anos de 2010 e 2013 houve um crescimento na taxa, seguido por um recuo, mas, ao mesmo, um movimento frequente de alta.
Em 2010, Sinop apresentava uma taxa de mortalidade/100 mil habitantes de 38.05 casos; em 2011, avançou para 44.82; em 2012, chegou a 47.86; em 2013, outros 51.69; em 2014, queda para 37.39; em 2015, 41.26; em 2016, 41.86; em 2017, ficou em 44.69; e, em 2018, os 54.81.
Os números também se ligam diretamente à evolução da frota de veículos na cidade e que saltou, entre 2010 a 2018, 87%. Saltou de 61.800 unidades para 115.792 unidades em circulação. “Os índices de óbitos nas vias municipais provoca grande alerta à STU, já que em 2018 foi o mais alto da década. Os cruzamentos, por sua natureza conflituosa, são os pontos de mais atenção e onde a fiscalização por parte da secretaria tem sido mais acentuada. Apesar dos esforços realizados na campanha Maio Amarelo, com matérias geradas pela mídia local que ampliou e fortaleceu o alcance da ação, ocorreu um acidente que, felizmente, não provocou nenhuma fatalidade, mas envolveu oito veículos em plena Avenida Governador Júlio Campos”, expõe Alessandro Silva Oliveira.
O especialista lembra que essas ocorrências, fatais ou não, confirmam que as atitudes tomadas pelo poder público municipal são assertivas para redução destes índices. Cita, por exemplo, a implantação de controladores que buscam inibir o abuso da velocidade e o fechamento dos pontos de conflito que são cruzamentos entre as avenidas de grande fluxo com as ruas transversais. “Já tivemos vários casos de fatalidades na região central do município”, descreve Oliveira.
As palavras de ordem, finaliza, são a consciência e respeito. “Lembramos a todos os que utilizam as vias municipais, sejam como condutores ou como pedestres, que toda ação feita pela STU visa à segurança no trânsito. Mas para ser efetiva, precisa da participação, da colaboração e da compreensão de todos nós”, pontua o técnico da guarda civil municipal.