O número de suicídios em Mato Grosso aumentou 44% entre 2015 e 2018, conforme dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) nessa segunda-feira (21). Em 2015, em todo o estado foram registrados 150 mortes por suicídio. Já em 2018, foram 216.
De acordo com a SES, foram registrados casos de suicídio em quase todo o estado. A maior concentração está na Baixada Cuiabana, que corresponde a 26,6% dos registros. A região concentra 29% da população mato-grossense.
Em seguida, está a região sudeste, com 19% dos casos e concentração de 15% da população.
O levantamento mostra que homens e mulheres entre 15 e 29 anos são os que mais cometeram ou tentaram cometer suicídio nos últimos anos.
Tentativas de suicídio
Segundo o Sistema Nacional de Notificação de Agravos (Sinan), entre 2015 e 2018 foram notificadas 1.753 tentativas de suicídio.
Entre as mulheres, houve aumento de 256% nos últimos quatro anos. Foram 132 casos notificados em 2015. Já em 2018 foram registradas 471 tentativas.
O número de tentativas de suicídio entre os homens também aumentou. Em 2015, o Sinan recebeu 101 notificações e 274 em 2018.
No geral, as mulheres representam 61,4% das tentativas de suicídio e os homens 38,6%.
No entanto, o número de suicídio é maior entre os homens. Eles representam 78,3% e as mulheres, 21,7%.
O suicídio é a 3ª maior causa da morte entre os homens de 15 a 29 anos. Já entre as mulheres, nessa mesma faixa etária, é a 7ª causa.
Falta de assistência social
De acordo com o Ministério Público, o Brasil está entre os países que assinaram o Plano de Ação em Saúde Mental 2015-2020, lançado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) com o objetivo de acompanhar o número anual de mortes e o desenvolvimento de programas de prevenção.
A existência dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) no município reduz em 14% o risco de suicídio.
Em Mato Grosso, existem 43 CAPs. No total, o estado possui 16 psicólogos e cinco psiquiatras, que atendem no complexo estadual, em Cuiabá.
Para a SES, o suicídio é um problema de saúde pública e social e que há poucos relatos que indiquem formas eficientes de lidar com essa causa. Além disso, há escassez de programas governamentais de qualificação para os profissionais da saúde no sentido de atuação e manejo em casos de suicídio.