A prisão de um jovem de 21 anos encerrou, nesta quinta-feira (27), a busca pelo responsável pela morte de Everton Gabriel Khel Maiolli, encontrado em condição degradante no bairro Monte Líbano, em Sorriso. A Polícia Civil aponta que o investigado recebeu autorização de uma facção para executar a vítima após um suposto julgamento por videochamada.
De acordo com as informações repassadas pelas equipes, Everton teria sido submetido à sessão virtual após ser acusado de negociar drogas com rivais, o que resultou em sua condenação pelo grupo criminoso. Depois da ordem, o suspeito teria iniciado as agressões e concluído o homicídio dentro da residência da própria vítima.
Segundo a Polícia Civil, Everton era ligado a uma facção que atua em Mato Grosso, mas mantinha conversas paralelas com grupos inimigos. Conforme o delegado Bruno França, responsável pelo caso, o investigado foi até o imóvel para cobrar explicações. No celular da vítima, ele teria encontrado registros que, para a facção, confirmavam a quebra de confiança.
Com o material em mãos, o suspeito realizou a videochamada com lideranças do grupo, que deliberaram pela execução. Conforme a apuração, essa comunicação funcionou como uma espécie de confirmação de sentença interna, já que Everton teria sido advertido previamente sobre o risco de manter contatos com membros rivais.
O corpo foi localizado em avançado estado de decomposição, com marcas de queimaduras, sinais de possível tentativa de asfixia e panos amarrados no pescoço. As equipes observaram ainda traumas na cabeça e manchas de sangue espalhadas pelo ambiente, elementos que reforçam a brutalidade da morte. Essas evidências foram descritas pela corporação como centrais para definir a linha investigativa.
Elementos que sustentam a investigação
A perícia técnica recolheu vestígios no local para confirmar a dinâmica indicada no depoimento inicial do investigado. Nas palavras do delegado, a análise do telefone da vítima foi determinante para apontar o motivo do confronto e do posterior crime. O conteúdo armazenado no aparelho deve orientar as próximas etapas da investigação, principalmente no cruzamento com possíveis integrantes da facção envolvidos na chamada que autorizou a execução.
O caso se encaixa no que o Código Penal trata como homicídio qualificado, especialmente por envolver tortura e possível participação de organização criminosa. A constatação desses elementos pode ampliar o alcance da investigação e abrir caminho para novos indiciamentos.
Próximos passos da apuração
As equipes seguem reunindo informações para identificar quem participou da decisão por videochamada e se houve apoio logístico ao suspeito. O delegado informou que outros depoimentos devem ser colhidos para consolidar a cadeia de responsabilidades. A Polícia Civil reforça que denúncias anônimas podem auxiliar no avanço das diligências.
As informações foram fornecidas pela Polícia Civil durante a apuração do caso.






















