Sorriso, a joia do agronegócio mato-grossense, esconde um lado sombrio: a cidade lidera o ranking nacional de casos de estupro, com um aumento alarmante de violência sexual.
Enquanto o município se destaca no cenário nacional como um polo de desenvolvimento e prosperidade, um problema grave assola sua população: a violência sexual. Os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública são alarmantes: Sorriso registra uma taxa de 113,9 estupros para cada 100 mil habitantes, um número que coloca a cidade no topo da lista das mais violentas do país nesse quesito.
Veja também: Sorriso é classificada como a 6ª cidade mais violenta do Brasil em 2022
A situação é tão grave que a demanda por atendimento em casos de abuso sexual superlotou as delegacias locais, exigindo a criação de um departamento específico para investigar esses crimes. O caso da chacina de uma família, onde três mulheres foram estupradas antes de serem assassinadas, chocou o país e expôs a dimensão do problema.
Por trás dos números
A delegada Jannira Laranjeira, especialista em segurança pública e enfrentamento à violência doméstica, explica que o perfil dos abusadores em Sorriso é comum em todo o Brasil: homens próximos às vítimas, muitas vezes membros da própria família, que agem no silêncio e impõem medo. A falta de denúncias e a naturalização da violência sexual são barreiras para a resolução desses casos.
A delegada também aponta para uma questão estrutural da Polícia Civil, que prioriza crimes patrimoniais e organizados em detrimento dos crimes que acontecem dentro de casa. Essa realidade, somada ao crescimento acelerado da cidade e à presença do crime organizado, contribui para o aumento da violência em geral.
O que precisa ser feito?
A situação em Sorriso exige uma ação urgente e coordenada de todos os setores da sociedade. É necessário:
- Investir em políticas públicas: Aumentar o número de delegacias especializadas em crimes sexuais, fortalecer a rede de atendimento às vítimas e promover campanhas de conscientização sobre a violência sexual.
- Capacitar profissionais: Treinar policiais, professores, profissionais de saúde e outros para identificar e atender casos de abuso sexual.
- Quebrar o silêncio: Incentivar as vítimas a denunciar os agressores e oferecer apoio psicológico e jurídico.
- Combater a cultura do machismo: Promover a igualdade de gênero e o respeito às mulheres e crianças.
A violência sexual é um crime hediondo que destrói vidas e famílias. É preciso agir agora para mudar essa realidade e garantir um futuro mais seguro para todos.
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