E quem recebe esse cuidado é gente como a dona Barcila Tomassoni Capoani, 85 anos, cadastrada no programa desde fevereiro de 2017. Dona Barcila diz que é muito bom receber o medicamento em casa. “Todo mês vem certinho e a gente ainda ganha o cuidado do Otaviano (responsável pelas entregas), que sempre tem um sorriso, um tempinho pra pedir como estou”, relata ela que pontua “antes eu ia buscar, mas com 85 anos as pernas estão um pouco fracas”. – 85 cheios de histórias, bem vividos e sem poupar sorrisos, não é mesmo dona Barcila?!
Assim como ela, outros 449 pacientes que enfrentam dificuldades de locomoção; ou são portadores de deficiência física ou que necessitam de um cuidador recebem esse cuidado. Todos eles têm 60 anos ou mais de idade e estão ativos no Programa Remédio em Casa que garante a entrega domiciliar de medicamentos de atenção básica, padronizados na rede pública de saúde do Município de Sorriso, de uso contínuo para usuários do SUS que tenham algum tipo de dificuldade para acessar as Farmácias Cidadãs.
Só neste ano (2022), foram realizadas 2.045 entregas com o investimento de R$ R$30.916,40 recursos próprios municipais. E em cada entrega a recomendação é realizar uma abordagem humanizada, passando todas as orientações necessárias para que o paciente possa dar continuidade ao tratamento.
Hoje o programa atende pacientes com diabetes/hipertensão acima de 60 anos e usuários de pelo menos um medicamento de uso contínuo que integre o programa; além de atender também pessoas com dificuldades de locomoção e ou que apresentam restrições como (a) restrição ao leito; (b) dificuldade física de locomoção; (c) deficiência física, síndrome de imobilidade e/ou uso de prótese e/ou órtese que exija acompanhante; (d) déficit cognitivo que exija cuidador.
O coordenador do Remédio em Casa, Paulo Henrique Bourscheid, explica que a inclusão do usuário no programa é realizada pela Unidade de Saúde em que ele é atendido. Para isso, basta que o paciente ou familiar procure o enfermeiro da unidade ou o agente comunitário de saúde da área em que reside.
“A partir da inclusão no programa, mensalmente o paciente recebe o medicamento e assina o comprovante. O entregador conversa, afere a pressão quando é necessário e nos traz as informações individualizadas de cada paciente. É um excelente canal de comunicação”, diz. “O programa tem um impacto positivo na vida desses pacientes; o tratamento contínuo reduz o risco de eventos cardiovasculares e traz a comodidade de receber o medicamento em casa”, frisa.
Hoje somente os pacientes dos PSFs Centro Sul e da Área Descoberta não recebem o medicamento em casa. “Mas a partir de setembro eles também serão inclusos no Programa”, garante Paulo.