De janeiro até a primeira semana de fevereiro deste ano, Mato Grosso notificou 3.926 casos de dengue, o que representa um aumento de 128% se comparado ao mesmo período de 2019, quando ocorreram 1.722 registros da doença. Com uma incidência de 117,5 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, o Estado apresenta risco médio de uma epidemia de dengue. Desde o início deste ano, pelo menos duas pessoas morreram com suspeitas da doença.
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Uma das vítimas fatais foi registrada nesta semana. Trata-se de um homem de 36 anos, que estava internado desde o último domingo (9), no Hospital Regional (HR) localizado em Rondonópolis (210 quilômetros, ao sul de Cuiabá). Ele estava com suspeita de dengue hemorrágica e não resistiu a três paradas cardíacas. Já uma mulher de 28 anos, moradora de União do Sul (689 quilômetros da capital), morreu no fim de janeiro passado, no Hospital Regional de Sinop (503 quilômetros, ao norte da capital).
Com alto risco para dengue, Sinop iniciou as primeiras seis semanas de 2020 com uma incidência de 439,4 casos para 100 mil indivíduos. Em 2019, no mesmo espaço de tempo, essa taxa era de 136,2/100 mil habitantes. Em Rondonópolis, a prevalência é de 78,7/100 mil pessoas, em Cuiabá de 8,0/100 mil e, em Várzea Grande de 3,6/100 mil habitantes.
Os dados constam em boletim epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde (Ses/MT). Porém, as mortes registradas ou investigadas até o momento não foram contabilizadas. Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde (Ses) explicou que o boletim de dengue é produzido pela equipe da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica do órgão estadual com base em dados oficiais extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), que é alimentado de maneira online pelos 141 municípios de Mato Grosso. “No entanto, alguns municípios do estado não têm digitado no Sinan os casos notificados de dengue de suas cidades, o que impacta nos números reais do boletim confeccionado pela Ses-MT”, esclareceu.
O órgão estadual pontuou ainda que a dengue é uma doença de notificação compulsória, conforme estabelece a Portaria de Consolidação do Ministério da Saúde nº 4, de 28 de setembro de 2017. “Com base nisso, os municípios já foram orientados a comunicarem, em até 24 horas, a Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica da Ses-MT sobre os casos sob suspeita de dengue com sinais de alerta, dengue grave e óbitos em decorrência da dengue para acompanhamento e auxílio na conduta e conclusão dos casos”, destacou.
Reforçou também tem buscado uma resolutiva para esta situação juntamente com os municípios. “Entretanto, é importante destacar que os municípios precisam cumprir com as diretrizes da portaria do Ministério da Saúde para que os números reais de notificação de dengue apareçam no boletim epidemiológico da Ses-MT”, disse.
O avanço da dengue já era esperado por causa da mudança, no último ano, do sorotipo predominante do vírus em circulação, o qual passou a ser o tipo 2. Em nível nacional, a última vez que esse sorotipo havia circulado com mais força foi em 2008, o que indica a possibilidade de que haja mais pessoas suscetíveis à doença.
ZIKA E CHIKUNGUNYA – Mato Grosso apresenta baixo risco para zika e chikungunya. No Estado, de janeiro até 07 de fevereiros, foram registrados 44 casos de zika e 95 de chikungunya. A melhor forma de prevenção das três doenças é eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti.
Conforme informações da Ses, no período chuvoso, a falta de saneamento básico e dos cuidados domiciliares, consequentemente, provocam o aumento dos números de criadouros do Aedes. “Com isso, ocorre a necessidade do alerta para aumentar a atenção e os cuidados com essas doenças transmitidas por este vetor”.
Assim, são fundamentais a mudança de comportamento e a adoção de práticas para a manutenção do ambiente domiciliar com a eliminação dos criadouros preservando a infestação do mosquito. A recomendação é não descuidar nenhum dia do ano e manter todas as posturas possíveis em ação para prevenir focos em qualquer época do ano.
As principais medidas de prevenção e combate ao Aedes manter bem tampadas as caixas e barris de água; lavar semanalmente com água e sabão tanques utilizados para armazenar água; remover galhos e folhas de calhas; não deixar água acumulada sobre a laje; encher pratinhos de vasos com areia até a borda ou lavá-los uma vez por semana; trocar água dos vasos e plantas aquáticas uma vez por semana; colocar lixos em sacos plásticos em lixeiras fechadas, e anter garrafas de vidro e latinhas de boca para baixo, entre outras.