Em tom de desabafo, durante seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), ocorrido na Câmara Municipal de Cuiabá, o ex-governador Silval Barbosa declarou que não foi o responsável por paralisar as obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) e que entregou a gestão com tudo funcionando, além de dinheiro na conta ao sucessor Pedro Taques (sem partido).
Segundo Silval, as obras do modal estavam funcionando perfeitamente em seu Governo e tiveram uma pausa somente para as férias dos funcionários no fim de 2014, período em que entregou a gestão à Pedro Taques.
“Falam que eu paralisei o VLT, mas isso não é verdade. O VLT foi parado no dia 20 de dezembro para férias coletivas e estava programado para retomar em janeiro. Todas as paralisações que houveram no VLT foi por suspensão do Tribunal de Contas, ou por falta de legislação adequada na época”, disse o ex-governador, que também recordou ter deixado os servidores com salários e RGA pagos para o novo gestor.
“Quando eu entreguei o Governo para o Pedro Taques no dia 31 de dezembro de 2014 tinha aproximadamente R$ 700 milhões de dinheiro em caixa, folha de pagamento, com RGA, tudo pago aos servidores. Do VLT deixei mais de R$ 400 milhões. A maioria das empresas que estavam com as medições corretas estavam todas pagas”, explicou.
O VLT que deveria ter sido finalizado em 2014, para melhorar a mobilidade urbana da região metropolitana de Cuiabá nos eventos da Copa do Mundo, acabou tendo suas obras paralisadas e até hoje nenhum plano de retomada foi definido.
O governador Mauro Mendes (DEM) chegou a prometer durante sua campanha em 2018 que iria encontrar uma solução para o impasse no primeiro ano de seu mandato, mas não conseguiu cumprir a promessa e adiou o problema pra o segundo semestre deste ano.
A obra foi iniciada em agosto de 2012 e já consumiu mais de R$ 1 bilhão dos cofres públicos. Atualmente, os trilhos que guiariam o VLT nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande quase não existem, e os que já foram construídos estão se deteriorando, juntamente com os vagões que estão estacionados no Centro de Controle Operacional e Manutenção, localizado em Várzea Grande e que, por curiosidade, também está se definhando por falta de manutenção.