O show da cantora Manu Bahtidão, que seria realizado como parte da 9ª Queima do Alho em Ribeirão Cascalheira (MT), foi cancelado após ação do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT). A decisão judicial atende a um pedido de suspensão do contrato com a artista, alegando desproporcionalidade no cachê de R$ 275 mil e a falta de recursos para serviços básicos à população.
Recursos desviados para custear show milionário
A prefeitura de Ribeirão Cascalheira confirmou que o valor do cachê da cantora, que representa apenas parte dos custos totais do evento, exigiu a realocação de verbas de outras áreas municipais.
Essa informação foi crucial para embasar a ação do MPMT, que ressaltou a precariedade dos serviços públicos locais, como a ausência de água tratada, rede de esgoto e transporte escolar adequado, enquanto a administração municipal investe quantias vultosas em eventos de entretenimento.
Desigualdade nos cachês das atrações
Outro ponto destacado na ação foi a discrepância entre o cachê de Manu Bahtidão e das demais atrações da 9ª Queima do Alho, que somam R$ 13 mil.
A promotora de Justiça Bruna Caroline reforçou a necessidade de priorizar o bem-estar da população, especialmente em um contexto de dificuldades financeiras do município.
Pedido de devolução dos valores
Além da suspensão do show, o MPMT solicita a devolução dos valores já pagos à cantora. A Promotoria de Justiça de Ribeirão Cascalheira busca garantir que os recursos públicos sejam utilizados de forma responsável e priorizem as necessidades básicas da comunidade.
Cancelamento gera frustração, mas abre espaço para reflexão
A decisão do MPMT gerou frustração entre alguns moradores, mas também provocou reflexões sobre o papel da gestão pública na alocação de recursos. O caso serve como um lembrete da importância de priorizar o bem-estar da população e utilizar os recursos públicos com responsabilidade e transparência.