A senadora Margareth Buzetti (PSD), representante de Mato Grosso, acredita que o projeto de lei que propõe o aumento da pena máxima para feminicídio, de 30 para 40 anos, será aprovado ainda neste mês. A parlamentar, que desempenha um papel fundamental no “pacote antifeminicídio”, vê essa iniciativa como essencial no combate à violência doméstica.
Recentemente, a senadora entrou em contato com Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, para solicitar que o projeto fosse incluído na agenda de votações durante o “Agosto Lilás”, período dedicado à conscientização sobre a violência contra as mulheres. Segundo Buzetti, Lira garantiu que a proposta será discutida no dia 26.
O “pacote antifeminicídio” inclui várias medidas voltadas à proteção das mulheres, como a imposição de uma pena mínima de 55% de cumprimento antes da concessão de benefícios, além da perda de direitos como visita íntima e poder familiar para aqueles condenados por feminicídio. A senadora acredita que tais medidas podem desestimular ações violentas contra as mulheres.
Embora Buzetti tenha entrado na política com a intenção de focar em temas econômicos, sua atuação no Senado tem se concentrado principalmente na defesa dos direitos das mulheres, das crianças e de outras pessoas em situação de vulnerabilidade. Entre as medidas aprovadas com seu apoio estão a possibilidade de laqueadura sem a necessidade do consentimento do marido e o auxílio-aluguel para mulheres vítimas de violência, permitindo que elas se afastem de seus agressores.
A senadora também se orgulha dos avanços na saúde feminina, como a ampliação dos serviços do SUS para incluir a reconstrução mamária em casos de mutilações que não sejam decorrentes de câncer. Apesar dessas conquistas, Buzetti continua preocupada com o alto índice de violência contra as mulheres no Brasil.
Após acompanhar relatos de dois feminicídios e dois estupros de crianças em um único fim de semana, a senadora expressou seu sentimento de impotência diante da brutalidade que ainda afeta o país. Ela chegou a afirmar que “o homem é um projeto que não deu certo”, refletindo sua frustração com a situação atual.
Buzetti também critica o machismo presente na sociedade, incluindo entre as próprias mulheres, e defende que a educação dos filhos seja voltada para uma mudança de comportamento e percepção dos homens em relação às mulheres. “Não podemos continuar a ensinar que meninos podem fazer certas coisas, enquanto meninas não”, afirma.
Aos 64 anos, Margareth Buzetti é casada, mãe de duas filhas e avó de dois netos. Apesar dos desafios, ela permanece firme em sua luta por um país mais justo e seguro para as mulheres. “É lamentável que ainda estejamos enfrentando essa realidade no século 21”, finaliza a senadora.