Imagens de satélite mostram que o centro-oeste inteiro está seco e corre o risco de novos incêndios florestais. Mato grosso se divide em vermelho claro, que indica risco alto, e vermelho escuro, risco altíssimo.
O meteorologista Celso confirma que a seca este ano chegou mais cedo no estado.
“Maio já parou de chover. A gente já não vem registrando chuvas há pelo menos 20. Nesse período, ainda não tivemos registro de chuva significativa no estado”, disse.
Na região sul de Mato Grosso a estiagem já dura mais de 50 dias.
No ano passado, esse foi um dos fatores do aumento dos incêndios que devastaram as terras indígenas e causaram uma tragédia ambiental no Pantanal, com 4,5 milhões de hectares destruídos pelas chamas, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
No norte do estado, que faz parte da Amazônia Legal, o município de Sorriso emitiu um alerta.
“Estamos em uma área agrícola e não é nada interessante passar fogo na lavoura, pois uma vez que tenha uma situação favorável de baixa umidade, vento forte em altas temperaturas, a propagação é muito grande. Não temos como limitar o que pode ocasionar daí para frente”, explicou o coordenador da Defesa Civil de Sorriso Mato Grosso, Fabio Santos.
Mato grosso já é o estado com maior número de focos de calor no país até agora com 2.661, segundo o Inpe.
No mesmo período do ano passado, o número de focos era quase o dobro, mas ainda é cedo para comemorar uma possível redução. Na área urbana das cidades é proibido queimar o ano todo, mesmo assim, quando as chuvas param, as ocorrências começam.
“A maior parte das queimadas que nós temos no nosso estado estão ligadas a limpeza de área, uma vez que a queimada ela é o método mais barato para limpeza de áreas, e para fins agropecuários”, ressaltou o professor de climatologia Rodrigo Marques.
O Corpo de Bombeiros disse que já está agindo para evitar que a catástrofe do último ano se repita.
“Estamos com mais de 130 locais em todo estado, capacitando, treinando brigadistas para poderem atuarem junto com o corpo de bombeiros, e, além disso, nós temos outras ações de limpeza das propriedades, aceiros, conscientização. Estamos capacitando o Exército Brasileiro, são mais de mil homens sendo capacitados este ano para atuar na fase resposta também”, explicou o comandante Batalhão Emergências Ambientais, Juciery Marques.