Sob a promessa de disponibilizar mais de mil leitos exclusivos para tratamento da Covid-19 em Mato Grosso, o secretário de Saúde Gilberto Figueiredo afirmou que caso a estrutura permaneça ociosa, em um eventual baixo contágio no Estado, outros entes federativos que estiverem enfrentando o colapso do sistema de saúde poderão fazer uso. Até o momento, cinco capitais brasileiras já enfrentam o colapso do sistema.
“Nós não torcemos para lotar nossos leitos e estamos fazendo cálculos para uma capacidade, inclusive, superior daquilo que estimamos que vai acontecer. Mas não podemos ficar com esses leitos parados se nossa curva estiver branda e formos demandados pelo Ministério da Saúde. Solidariamente é isso que ocorre hoje em todo o SUS”, explicou o secretário.
De acordo com o Executivo, a partir do dia 04 de maio, serão 1.273 leitos, entre enfermaria e UTIs, para os pacientes com coronavírus. Destes, 326 são leitos de UTI. Dos leitos de UTI, 132 são da rede pública estadual ou foram contratados pelo Estado na iniciativa privada e nos hospitais filantrópicos.
A prefeitura de Cuiabá informou que irá dispor de 139 leitos de UTI. Sendo que 60 estão no Novo Pronto Socorro, 49 no prédio do antigo PS e 30 no Hospital São Benedito.
Os demais leitos serão disponibilizados pelo Hospital Universitário Júlio Müller (21) e pelas prefeituras de Barra do Garças (5), Juína (6), Rondonópolis (10) e Tangará da Serra (13).
Esta semana, o Governo começou a relaxar algumas medidas tomadas no início da pandemia de coronavírus em Mato Grosso. Entre as concessões estão a abertura de parques, igrejas, entre outros. Porém, o gestor avisou que se a ocupação dos leitos exclusivos da Covid-19 chegar a 60%, a quarentena poderá voltar.
Até o momento, foram confirmado 241 casos e oito mortes pelo coronavírus em Mato Grosso. Há, também, 771 casos de síndrome respiratória aguda grave. Dos 241 casos confirmados da Covid-19 em Mato Grosso, 88 estão em isolamento domiciliar e 125 estão recuperados. Há ainda 20 pacientes hospitalizados, sendo 11 em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e nove em enfermaria.
Cidades em colapso
O sistema de saúde de cinco capitais brasileiras — Manaus, Macapá, São Paulo, Fortaleza e Palmas — está próximo do colapso. É o que aponta um índice desenvolvido por pesquisadores de quatro universidades brasileiras e que mensura, por meio de um modelo matemático, a utilização da estrutura hospitalar pública e privada.