Ribeirão Cascalheira deve colher 520 toneladas e reforça posição como capital do pequi no estado
Produção envolve 1,5 mil famílias e já movimenta compradores de vários estados.
A safra de pequi em Ribeirão Cascalheira, município reconhecido como a principal região produtora da fruta em Mato Grosso, deve registrar crescimento significativo em 2025. Produtores da agricultura familiar projetam um aumento de 30% na colheita, que deve alcançar cerca de 520 toneladas, fortalecendo ainda mais o papel econômico do fruto no estado.
A expectativa otimista já movimenta o mercado regional e interestadual. Segundo a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), nove grandes compradores iniciaram as aquisições para abastecer Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal e polos de distribuição como Itumbiara, Rio Verde e Cuiabá.
Pequi sustenta mais de 1,5 mil famílias
O técnico da Empaer destaca que o pequi é essencial para a renda de 1,5 mil famílias de agricultores familiares, especialmente entre outubro e dezembro, período de safra. Em 2024, cerca de 400 toneladas foram comercializadas, mas a produção atual já atinge uma média diária de 1,2 mil caixas — cada uma com 30 quilos.
A caixa é vendida a R$ 1,00 por quilo, valor que mantém circulação constante no comércio atacadista e assegura poder de compra para comunidades tradicionais e produtores que dependem do fruto.
Referência estadual na colheita do pequi
Ribeirão Cascalheira ganhou, entre atacadistas e distribuidores, o título informal de capital mato-grossense do pequi durante o período da safra, que se estende por aproximadamente 100 dias — de 15 de outubro até meados de dezembro. Cerca de 80% da produção vem do extrativismo, prática que mantém a tradição local e fortalece a preservação do fruto nativo.
Segundo a Empaer, o pequi da região cresce naturalmente em solos que favorecem seu desenvolvimento, fator que contribui para frutas maiores e mais aromáticas, características muito valorizadas no comércio.
Ceasa é principal polo distribuidor em Mato Grosso
A Central Estadual de Abastecimento (Ceasa), localizada no Distrito Industrial de Cuiabá, permanece como o maior centro de distribuição do pequi no estado. De lá, o produto segue para cidades como Várzea Grande, Primavera do Leste e Rondonópolis, ampliando o mercado consumidor regional.
O produtor e comprador Evanir Gonçalves da Silva, da empresa Top Frutas de Cuiabá, relata que distribui pequi para Goiânia, Brasília, Itumbiara, Rio Verde, Montes Claros e outras localidades. “Estou carregando uma média de dois caminhões por dia. A safra tem alcançado cerca de 1,2 mil caixas ao dia e 40 mil caixas por colheita”, explica.
Área cultivada combina plantas nativas e reflorestamento
Atualmente, Ribeirão Cascalheira mantém aproximadamente 280 hectares destinados ao pequi, sendo 150 hectares de plantas nativas e 130 hectares de áreas reflorestadas. O plantio tem sido utilizado para recuperação de áreas degradadas e recomposição de Áreas de Preservação Permanente (APPs), contribuindo para práticas sustentáveis e fortalecimento ambiental.
Conclusão
Com projeção de crescimento e forte movimentação no mercado regional, a safra de pequi de 2025 reforça a importância econômica e cultural da produção em Ribeirão Cascalheira. A combinação entre tradição, extrativismo sustentável e expansão comercial fortalece a agricultura familiar e mantém o município como referência estadual na colheita da fruta.
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