Mais um impasse marca a situação da Ferrovia Vicente Francisco Vuolo que deve ampliar o escoamento da produção do Estado, de até 20 milhões toneladas/ano, pelo Porto de Santos (SP). Dessa vez, a concessionária Rumo teria adquirido uma área destinada á construção de terminal em Nova Mutum (239 km de Cuiabá). A ação sinalizaria que a empresa não vá cumprir o acordo verbal com entidades do comércio e industrial de Cuiabá de que os trilhos passariam pela capital.
Preocupado com o caso, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio), José Wenceslau de Souza Júnior, se manifestou pedindo explicações.
Ele avalia ainda quais medida a entidade pode tomar para que a Rumo cumpra com os acordos, ainda que não tenham sido formalizados. Até o momento o compromisso era de que o apoio das entidades seria para que a ferrovia chegasse por Cuiabá, para atrair investimentos.
Além da Fecomércio e da Federação das Indústrias (Fiemt), o deputado estadual Carlos Avalone (PSDB) tem trabalhado na proposta e já teria sido apresentado e discutido o estudo de viabilidade, elaborado pela própria concessionária, a Rumo.
Em nota, a Fecomércio explica que sediou diversas reuniões sobre a vinda dos trilhos da ferrovia Vicente Francisco Vuolo para a capital, e obteve em meados de julho de 2019, a confirmação da viabilidade da medida. A proposta contou com o apoio das entidades representativas do comércio e da indústria, para ampliar o escoamento da produção, via malha paulista que vai de Santa Fé do Sul (SP), quase na divisa com o Estado do Mato Grosso do Sul, até o Porto de Santos, em São Paulo, o potencial de cargas ultrapassa 20 milhões toneladas/ano.
A Rumo teria manifestado a intenção de assumir a obra, junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Mas, segundo a Fecomércio, após assinar o aditivo com a permissão da concessão por mais 30 anos da malha viária, e a proposta de R$ 6,1 bilhões de investimentos, a concessionária Rumo adquiriu área para um terminal em Nova Mutum, o que altera a proposta inicial da vinda para Cuiabá.
“A entidade analisa o fato com preocupação, pois apoiou a iniciativa, devido ao compromisso da Rumo em trazer os trilhos para a capital, com foco nos benefícios da economia para a Baixada Cuiabana e a facilidade de acesso para as regiões produtoras. Solicitamos esclarecimentos sobre essa aquisição na região de Nova Mutum, cronograma para a chegada da ferrovia na capital. E reforçando que vamos continuar na luta por essa conquista”, disse o presidente da Fecomércio.
Os trilhos sairão de Rondonópolis e chegarão até Cuiabá, depois seguem para o Médio-Norte do Estado, que concentra a produção de grãos em Mato Grosso. Ao todo, o projeto prevê a construção de três novos terminais.