A cidade de Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá), que abriga um dos maiores complexos de processamento de soja do Brasil, pode entrar em lockdown.
Em vídeo publicado neste domingo (21) nas redes sociais, o prefeito José Carlos do Pátio (SD) ameaçou parar Mato Grosso.
Ele reclamou da pequena quantidade de vacinas recebida pela cidade e pelo Estado.
“Se eu parar Rondonópolis, eu paro uma parte de Mato Grosso e paro o país. Eles vão começar a olhar para o Mato Grosso”, disse.
No vídeo, o prefeito diz que, no ano passado, quando decretou medidas rígidas em razão do novo coronavírus, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o telefonou.
“Quando a gente fecha Rondonópolis, liga todo o mundo. Só a ministra da Agricultura, quando fechei Rondonópolis a primeira vez, ligou três vezes para mim porque iria parar o país”, declarou.
Ele afirmou que está no limite. “Por enquanto, estou segurando para não ter o lockdown. Eu vou segurar até onde puder, mas se eu sentir que ficando incontrolável, vou tomar uma atitude”, ameaçou.
A cidade está com 100% de ocupação de UTIs para pacientes com síndrome respiratória aguda grave.
Doentes graves precisam esperar numa fila para acessar uma vaga nas unidades de saúde.
Rondonópolis concentra o segundo maior PIB (Produto Interno Bruto) e a terceira maior população do Mato Grosso. Dos 236 mil habitantes, 10.101, ou 4,3%, receberam a primeira dose da vacina. No Brasil, 7,3% tomaram a primeira dose.
“Agora, se continuar desse jeito, não mandando vacina para Mato Grosso e para Rondonópolis, ou mandando a menos do que deveria mandar proporcional do que tá mandando para o país, e está aqui provado no computador, daí vou tomar atitude sim”, afirmou o prefeito.
A região de Rondonópolis, no sudeste de Mato Grosso, é um importante polo logístico, abrigando um grande terminal ferroviário que liga o Centro-Oeste ao Porto de Santos.
Muitos caminhões chegam de diversas regiões do estado para transbordar o produto no local.
Com informações da FolhaPress