A seca prolongada que assola Mato Grosso tem se intensificado, atingindo de forma crítica o município de Alta Floresta, localizado a cerca de 790 km de Cuiabá. A escassez de água no Rio Taxidermista, principal fonte de abastecimento da cidade, tem gerado uma crise hídrica sem precedentes, impactando diretamente a vida dos 58,6 mil habitantes.
A situação se agravou nas últimas semanas, com a interrupção frequente no abastecimento de água e a deterioração da qualidade da água fornecida. Moradores relatam que o cronograma de racionamento estabelecido pela concessionária não está sendo cumprido e que a água, quando disponível, está turva e imprópria para o consumo.
Diante da falta de água e da qualidade comprometida, a população tem se mobilizado em busca de soluções. Na última quarta-feira, moradores realizaram um protesto na Câmara Municipal, exigindo medidas urgentes para garantir o abastecimento de água potável.
Osmar Belink, porta-voz do movimento popular, explica que a crise hídrica atual era prevista em estudos anteriores, que alertavam para a vulnerabilidade da região em caso de seca prolongada.
A Águas Alta Floresta, concessionária responsável pelo abastecimento de água, reconhece a gravidade da situação e afirma estar trabalhando em conjunto com a Prefeitura Municipal e outros órgãos para minimizar os impactos da crise. A empresa informou que está utilizando fontes alternativas de água e implementando um cronograma de racionamento para garantir a distribuição equitativa da água disponível.
No entanto, os moradores questionam a eficácia das medidas adotadas e cobram ações mais concretas para solucionar o problema de forma definitiva. “Precisamos de soluções a longo prazo, como a construção de novos reservatórios e a otimização do sistema de distribuição de água”, defendeu Belink.
A falta de água em Alta Floresta tem gerado diversos impactos na vida da população, afetando desde as atividades domésticas até a economia local. Comércios e indústrias também têm sido prejudicados pela escassez de água, o que pode levar à perda de empregos e à desaceleração da economia.
Além disso, a crise hídrica tem impactos na saúde pública, aumentando o risco de doenças transmitidas pela água. A falta de higiene adequada pode contribuir para a proliferação de vírus e bactérias, colocando em risco a saúde da população.