A irmã de um dos adolescentes apreendidos suspeito de espancar e assaltar uma motorista de aplicativo em Tangará da Serra (MT), no sábado (24), foi até a delegacia onde ele estava e o agrediu, questionando o motivo dele ter cometido o crime. Além dele, outros três adolescentes foram apreendidos e confessaram o assalto.
Em um vídeo gravado na delegacia, a irmã de um dos suspeitos chega para acompanhá-lo. Enquanto o policial segura o adolescente, a mulher dá tapas e grita com ele.
“Tá faltando feijão em casa? Tá faltando? tá faltando isso? Tem tudo dentro de casa”, diz ela.
Em seguida, o adolescente é encaminhado para dentro da delegacia para ser ouvido.
De acordo com o tenente Foletto, a mãe do suspeito também esteve na delegacia. “Ela estava muito chocada com a atitude do filho”, disse.
O menino e outros três comparsas dele teriam se passado por clientes e agredido brutalmente a motorista Marcia Angola, de 40 anos. Durante a ação, a vítima fingiu estar morta duas vezes para tentar salvar sua vida: enquanto era agredida dentro do carro pelos ladrões e quando emergiu da água após ser jogada no rio.
De acordo com a polícia, os adolescentes queriam o carro e o dinheiro da motorista. Ela teve o rosto vendado enquanto os assaltantes dirigiam em alta velocidade.
Agressões
A motorista contou que os suspeitos solicitaram uma corrida por aplicativo e, em seguida, pediram para ela parar o carro em uma esquina para que um colega deles embarcasse. Nesse momento, eles anunciaram o assalto.
Marcia foi jogada no banco traseiro do veículo e ameaçada pelos ladrões. Em determinado momento, ela disse que puxou a venda e isso teria irritado os assaltantes, que começaram a bater nela e dizer que iriam matá-la enforcada. Essa foi a primeira vez durante a ocorrência em que ela precisou se fingir de morta.
Marcia não conseguiu esconder que estava com falta de ar e respirou fundo.
“Ele viu que eu estava viva e os outros disseram: ‘vamos matar, aperta o pescoço dela’. Em momento nenhum disseram o motivo [das agressões]. Em certo momento riram da minha cara inchada e machucada”, disse.
O carro parou em cima da ponte do Rio Sepotuba, onde ela foi novamente agredida e jogada no rio.
Dentro da água, enquanto os suspeitos a olhavam, ela se fingiu de morta novamente e deixou que a água a levasse.
“Deixei a água me levar rio abaixo, fui tentando me equilibrar, meio que boiando pois não sabia nadar e não podia ir para o fundo”, contou.
Depois que percebeu que os ladrões tinham ido embora, ela conseguiu sair da água, pediu socorro aos moradores de um sítio nas proximidades e foi encaminhada para atendimento médico.
Os suspeitos fugiram com o carro da vítima para o município de Nova Olímpia, onde furtaram uma relojoaria. Do estabelecimento eles levaram dois celulares e alguns objetos, como relógios e correntes de ouro.
Os criminosos foram apreendidos em Tangará da Serra. Ainda segundo a PM, os quatro adolescentes já tinham envolvimento em crimes anteriores na cidade. Eles usaram uma arma de brinquedo para cometer o crime.