Mato Grosso teve uma redução de 25,8% no número de renovações de carteiras das categorias C, D e E, entre 2016 e 2019, conforme dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). O estado é o segundo do país em que motoristas habilitados para o transporte de pessoas e cargas menos renovaram as carteiras.
A redução ocorreu desde a exigência do exame toxicológico, em 2016.
Há três anos foram registradas 35,5 mil renovações, que diminuiu para 32,6 mil em 2017 e 29,5 mil, em 2018. Já no ano passado foram apenas 27,2 mil renovações.
O vice-presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores, Olmir Justino acredita que a redução não tem a ver com o exame.
“Se essa pessoa for usuário de drogas, ele não vai ficar seis meses sem usar para renovar a carteira dele. É porque ele realmente não faz uso de droga ou não tem isso como hábito”, avaliou.
Para o motorista Gilson Rodrigues Malheiros, que trabalha como caminhoneiro há 25 anos, há outros fatores que dificultam a renovação, entre eles, o preço cobrado pelo exame.
Recentemente, ele fez o exame toxicológico exigido pela empresa para contratação dos motoristas.
“Estou entrando agora e tive que fazer. Daqui um ano tem que fazer de novo, pois isso é uma exigência. O último que fiz paguei R$ 300. Esse é um dinheiro a mais que deixa de entrar em casa”, disse.
A gerente de ações educativas do Departamento Estadual de Trânsito (Dentran/MT), Rosane Gerda, explicou que esse exame é importante para garantir a segurança dos motoristas nas estradas.
“Precisamos garantir que os condutores estão aptos e não faz uso de drogas que afetem o sistema psicomotor e evite acidente”, disse.
Ser flagrado dirigindo sem CNH ou tiver com ela vencida é considerada uma infração gravíssima, segundo o presidente da Comissão de Direitos de Trânsito, Giovane Gualberto de Almeida .
“A legislação prevê multa e a penalidade administrativa de retenção do veículo até que seja apresentado um condutor habilitado e então são retirados sete pontos da habilitação”, explicou.