Destaque nacional na produção sustentável de madeira nativa, o setor de base florestal de Mato Grosso aumentou em 40% a comercialização de seus produtos com o mercado mineiro em 2024. Importante consumidor dos produtos madeireiros mato-grossenses, Minas Gerais sedia na quarta-feira, 06, a 3ª edição do evento “Madeira Sustentável: o futuro do mercado”, que será realizado em Belo Horizonte (MG). Organizado pelo Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), e pelo Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem-MT), o encontro pretende fortalecer o ambiente de negócios.
Somente neste ano aproximadamente 100 espécies de madeira nativa de Mato Grosso foram comercializadas com empresas mineiras, movimentando R$ 69,6 milhões com embarques de 71.944 metros cúbicos (m3) até outubro. Comparado com o mesmo período do ano passado, houve incremento de 35% no volume negociado e de 40% na receita comercial, segundo dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) reunidos pelo Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem). No mesmo período de 2023 as vendas somaram R$ 49,8 milhões com embarques de 53.298 metros cúbicos (m³) de produtos florestais.
Durante o encontro que terá como palco o Ouro Minas Hotel, em Belo Horizonte, o presidente do Fórum Nacional da Base Florestal (FNBF), Frank Almeida Rogieri, irá apresentar informações qualificadas e promover um debate aberto e transparente sobre o setor de base florestal. “Queremos abordar o mercado com uma visão de futuro, discutindo tendências e oportunidades a partir da troca de ideias para fortalecer a atividade e impulsionar o desenvolvimento sustentável”, diz.
O presidente do Cipem, Ednei Blasius, enfatiza que o evento Madeira Sustentável representa uma oportunidade valiosa para o setor demonstrar a legalidade e a sustentabilidade da madeira nativa local para um público que integra um player de mercado composto por varejistas, engenheiros, arquitetos, profissionais de design de interior e design de móveis, fabricantes de carrocerias e demais interessados em conhecer os trabalhos desenvolvidos pelos produtores.
“O Cipem tem sido uma peça-chave no fortalecimento do setor de base florestal em Mato Grosso, focando em diversas frentes para garantir o reconhecimento dessa atividade produtiva vital para o equilíbrio entre o desenvolvimento socioeconômico regional e conservação ambiental. Com foco na proteção do meio ambiente, valorizando a floresta em pé, o Cipem trabalha para demonstrar o papel das empresas do setor na manutenção das florestas, enfatizando que o uso sustentável da madeira nativa é uma estratégia de longo prazo para proteger o bioma amazônico”, destaca Blasius.
Neste sentido, o setor de base florestal está adequado aos processos detalhados de monitoramento e controle em toda cadeia produtiva, que envolve a rastreabilidade desde a origem até a comercialização final da madeira, realizado por meio do Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora 2.0), que permite acompanhar e rastrear cada tora com precisão, atendendo aos mais altos padrões ambientais.
Isso inclui a identificação das espécies nativas e a documentação do processo de colheita, transporte, processamento e comercialização. A rastreabilidade proporciona maior transparência e facilita a fiscalização por órgãos reguladores e promove uma gestão mais eficiente dos recursos florestais.
A cadeia de custódia complementa a rastreabilidade ao assegurar que todos os produtos florestais comercializados sejam rastreados mediante uma sequência de processos e certificações. Esse controle oferece segurança aos mercados nacional e internacional, assegurando que a madeira colhida em Mato Grosso cumpre as normas ambientais e contribui para a preservação da floresta em pé.