Cuiabá vive a expectativa de uma quarentena obrigatória imposta pela Justiça, que deverá começar na próxima quinta-feira (25). Enquanto isto, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), entrou com um pedido para derrubar a decisão, já que – conforme ele – ela só surtiria efeito se fosse aplicada em todo o Estado. Enquanto isto, a capital mato-grossense vê os números de casos confirmados do novo coronavírus e mortes em decorrência da doença.
Dados do Informe Epidemiológico sobre a Covid-19, publicado nesta quarta-feira (24) e que leva em conta casos até 20 de junho, mostram que na última semana houve um crescimento de 745 casos confirmados de coronavírus em residentes em Cuiabá, o que representa um aumento de 45%.
De 14 a 20 de junho, foram 37 óbitos de moradores de Cuiabá, um aumento de 63,8%, se comparado a semana anterior. Os números continuam a subir, sendo que até a última terça-feira (24) 121 pessoas haviam perdido suas vidas para o novo coronavírus. A média foi de 5,3 mortes/dia.
Até 20 de junho foram notificados 2.402 casos em Cuiabá. Dados da última terça-feira, divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), mostram que o número já chegou a 2.914.
Como não teve resposta do governo do estado sobre fechar o estado inteiro por 15 dias como arma para enfrentar o coronavírus em Mato Grosso, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) irá ingressar nesta quarta-feira (24) com uma ação no Tribunal de Justiça para derrubar a decisão de quarentena coletiva imposta pelo juiz José Luiz Leite Lindote, da Vara da Fazenda Pública de Várzea Grande.
“Se é para fazer lockdown, que faça no estado inteiro. Hoje Cuiabá tem 26% dos casos confirmados de Covid-19 no Estado. Já fomos 66%. E é claro que eu vou recorrer para defender a população cuiabana. Vou entrar com uma medida prioritária, o que dá tempo sim de ser julgado antes de começar a valer o que foi decidido pelo juiz Lindote”, comentou o prefeito.
Na segunda-feira (22), o juiz José Luiz Leite Lindote, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Várzea Grande, determinou que as prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande atendam ao decreto estadual que recomenda a quarentena coletiva obrigatória, com suspensão total de atividades que não estejam enquadradas nos serviços considerados essenciais.
Pela decisão, a quarentena coletiva ocorrerá, inicialmente, por 15 dias, mas este período poderá ser prorrogado em caso de reavaliação. Os municípios devem, ainda, implementar barreiras sanitárias para triagem de entrada e saída de pessoas, permitindo apenas a circulação de quem exerce atividades essenciais e manter apenas os serviços públicos essenciais, exceto salões de beleza e barbearias e academias. As determinações constam no artigo 5º do decreto Estadual nº 522/2020 e devem ser cumpridas a partir do dia 25 de junho.