Será levado a votação na próxima segunda-feira (26) projeto que amplia de 9 para 11 o número de vagas para vereadores na Câmara de Lucas do Rio Verde. O projeto foi proposto em 2019, passou pelas comissões da Casa de Leis e não pode ser arquivado.
No poder legislativo há vereadores com tendência de votar favorável, mas também os que demonstram ser contra a proposta. Há vereadores que não quiseram se manifestar e outros que não responderam à reportagem de CenárioMT sobre o posicionamento que devem adotar durante a votação do projeto.
Vice-presidente da Câmara, o vereador Daltro Figur se posicionou contra o projeto. Ele lembra que optou por não colocar o projeto em votação, quando ocupou a presidência da Casa. “Tenho meus motivos pra não votar a favor porque fui contra o período inteiro. Fui procurado recentemente por alguns vereadores, pra ver se eu não havia mudado de ideia, mas permaneço contra”, pontuou. Daltro disse que a representatividade é o que o legislativo apresenta à comunidade em nível de trabalho e não a quantidade de vereadores na Casa de Leis.
Já o vereador Gilson Fermino, o Urso, disse que tem ouvido o que dizem as pessoas sobre o assunto. No dia a dia, o parlamentar ouve que não há, no momento, necessidade de aumento de vagas na Casa. Urso faz questão de observar que o legislativo tem papel importante no andamento de projetos do município, já que os investimentos são direcionados por meio de propostas votadas e aprovadas na Câmara. “Desde que fui eleito tenho visitado obras, na cidade e no interior, fiscalizado o andamento. E a reclamação das pessoas é que nem todos fazem isso. E por isso o ideal seria continuar os 9, por enquanto”, comentou o vereador. “Por hoje acho que pode deixar os 9, né”.
Outro cenário
Outro vereador que se manifestou foi Marcos Paulista, único remanescente do mandato anterior entre os vereadores. Ele observa que Lucas do Rio Verde tem cerca de 100 mil habitantes, mas o mesmo número de vereadores de uma cidade com 5 mil moradores, mesmo Lucas do Rio Verde sendo uma cidade referência em aspectos como produção agrícola e educação. Paulista diz que ter 9 vereadores faz com que parte da população não se sinta representada no Poder Legislativo. “Teve vereador com mais de mil votos que ficou de fora e outro com 400 votos que entrou. Então há muita coisa a ser considerada”, opinou. Sobre o orçamento da Casa de Leis, Paulista comentou que ele corresponde a 7% do orçamento do município e que a Câmara luverdense não usa 2% do orçamento municipal. O vereador argumentou ainda que o cenário vivido em 2019 era diferente do que é agora, no chamado pós-pandemia e com um novo governo federal ainda incerto. “Queremos ouvir a ideia da população e não tem problema nenhum votarmos favorável ou contra o projeto”.
Para Ademilson Pereira, o Zinho, o ideal é aumentar o número de vereadores, permitindo a maior representatividade popular na Casa de Leis. Ele defende que o poder legislativo tenha mais representantes para ampliar a fiscalização dos atos do Executivo. “Já passou da hora de aumentar número de vereadores em Lucas. Sou a favor do aumento”, destacou, citando que um número maior de edis significaria maior autonomia em votações e também na criação de chapas para concorrer à eleição na Mesa Diretora. Zinho lembrou que nas últimas eleições a oposição teve dificuldade para registrar chapas e concorrer aos cargos, ficando de fora da composição.
Os vereadores Márcio Albieri e Ideiva Foletto não quiseram gravar entrevista a respeito. Albieri declarou ser contra o aumento no número de vagas.
Já os vereadores Wlad Mesquita e Noel Dias foram procurados, mas não retornaram o contato feito pela reportagem.
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