Seis filmes documentários de curta e média duração sobre a Região do Médio Araguaia e do Xingu serão exibidos nos dias 19, 21 e 22 de março no cinema do Barra Center Shopping, em Barra do Garças (509 quilômetros a leste de Cuiabá). As sessões começam às 19h e podem ter duração de até duas horas. A entrada é gratuita.
As atividades integram o projeto Olhares do Araguaia, contemplado no Prêmio Territórios MT, da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (Secel), e realizado pelo Núcleo de Produção Digital (NPD) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Campus Araguaia.
Na terça-feira (19.03), serão exibidos três filmes: “Veredas do Araguaia”, “Xavante: memória cultura e resistência” e “Sonhei com este vale”. Na quinta (21.03), serão apresentados mais três: “A terceira margem”, “Catireiros do Araguaia” e “Para onde foram as andorinhas?”. Na sexta (22.03), o público poderá conferir os dois últimos documentários: “Araguaia para sempre” e “Ser tão Araguaia”. Não haverá exibição na quarta, dia 20.
Além de Barra do Garças, a mostra também passará por Araguaiana (563 quilômetros de Cuiabá) nos dias 27, 28 e 29 de março, sempre pela manhã, às 8h30, para atingir preferencialmente o público estudantil. A mostra em Araguaiana será realizada na Biblioteca Municipal Antídia Coutinho, onde funciona o cineclube vinculado ao NPD/UFMT.
A programação inclui a realização do Colóquio Olhares do Araguaia, no dia 3 de abril, às 19h, em Barra do Garças. A última ação do projeto Olhares do Araguaia será a realização, em maio, de quatro oficinas ligadas à produção de documentários em Barra do Garças e uma em Araguaiana. Os temas são: Fotografia e vídeo, Pesquisa e roteiro, Formação de ator para cinema e vídeo, Edição e pós-produção.
O projeto Olhares do Araguaia pretende resgatar, nas produções audiovisuais que apresenta, a história do Médio Araguaia mato-grossense, além de retratar as diversas perspectivas que compõem a identidade cultural dessa região: a ocupação do leste de Mato Grosso; a influência indígena no passado e na atualidade; a importância do meio ambiente como fonte de riqueza, costumes e sustentabilidade; o multiculturalismo e a diversidade étnica gerada pelos ciclos de migração ocorridos.
Segundo a coordenadora do projeto, jornalista e professora Carina Andrade Benedeti, a realização da mostra no cinema se justifica por razões técnicas e também pela importância simbólica de ocupar com a “nossa história e a nossa gente” esse espaço que normalmente dá visibilidade a grandes produções internacionais. “Nós precisamos ver questões locais nas telinhas e nas telonas para valorizar o que temos, refletir sobre o que podemos fazer para avançar. E reconhecer a importância do Araguaia na constituição da nossa identidade é o primeiro passo para lutar pela sua preservação”.
Já para o coordenador do Núcleo de Produção Digital, o professor do curso de Jornalismo da UFMT/Araguaia Gilson Moraes da Costa “trata-se de um evento significativo neste momento de criminalização de diversas manifestações culturais no País. A mostra acaba sendo uma forma e um momento de resistência e de afirmação do lado social da cultura”.
O professor destaca também que, assim como ocorre com os demais projetos realizados diretamente ou em parcerias pelo NPD, o projeto é uma forma de possibilitar o acesso gratuito aos equipamentos públicos e ao que se produz sobre as populações que estão fora dos grandes centros do País.