A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, pediu a atenção dos governantes de Mato Grosso para os cuidados da saúde mental dos profissionais de saúde que estão na linha de frente no combate ao novo coronavírus. A preocupação veio após o balanço, do primeiro mês, do programa Cuidando de Quem Cuida da Gente, o qual apontou 40% dos 3 mil servidores atendidos, até o momento, apresentam quadro em estado crítico acerca do bem estar emocional e psicológico.
O grande número de profissionais que já apresentam, inclusive, Transtorno de Estresse Agudo (TEA) fez a equipe técnica do programa, liderada pelo renomado psiquiatra Dr. André Dualibi, pular a etapa da plataforma (FASE 1) com esses servidores já os direcionando para os atendimentos diretos, os quais funcionam de forma individual e possui o conceito duplo, pois a primeira sessão é 1h e 40 minutos.
“Esse primeiro contato com o servidor é feito em duas sessões porque a pessoa chega com uma demanda e não adianta o psicólogo fazer somente uma primeira sessão em que ele irá acolher e escutar. Então a primeira sessão é de tempo maior para já começarmos a efetuar intervenções e começarmos um trabalho de alívio da angústia ou do estresse ocasionado pela carga de trabalho”, explicou Dualibi sobre a atuação realizada para evitar o desencadeamento de Transtorno de Estresse Pós-Traumático.
Para a primeira-dama Márcia Pinheiro é preocupante a realidade encontrada da situação emocional e psicológicas desses profissionais que estão sob grande carga de trabalho nessa pandemia. Ela ainda enfatiza que os governantes estão atrasados nas ações para oferecer condições melhores aos servidores da linha de frente.
“Baseamos o nosso programa no alerta feito pela Organização Mundial da Saúde sobre o surto de saúde mental que desencadeará durante a pandemia. Nossos governantes estão atrasados, as pessoas estão ficando doentes mentalmente, estão com níveis de estresse muito alto e isso prejudicará não só no trabalho, mas na vida deles também. Não podemos esperar a situação se agravar mais para agirmos. Nossos profissionais são heróis, vários já perderam suas vidas, os governantes precisam agir já”, externou Márcia preocupada.
O alerta feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), feito em maio, no mês de lançamento do programa da Prefeitura de Cuiabá, mostrou que os governos devem agir para evitar uma crise global de saúde mental e classificou os profissionais de saúde, juntamente com idosos e crianças, no grupo de risco.
“A saúde mental e o bem-estar de sociedades inteiras foram seriamente impactados por esta crise e são uma prioridade a ser abordada urgentemente”, disse Devora Kestel, diretora do departamento de saúde mental da OMS, durante a divulgação do relatório que embasa o alerta de surto.
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