O diretor presidente da Centro-Oeste Airport [concessionária que irá assumir a administração do Aeroporto Internacional Marechal Rondon, localizado em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá], Marco Antonio Migliorini, disse que a empresa assumirá os terminais mato-grossenses com a missão de atrair novos voos. Segundo ele, o bloco se mostrou em estudos altamente rentável e com um potencial de expansão bastante grande.
“Estamos chegando nos aeroportos com a missão de atrair novos voos para estes locais. Queremos transformar também estes terminais do interior (Rondonópolis, Alta Floresta, Barra do Garças e Sinop) em pequenos hubs [designação dada ao aeroporto utilizado por uma companhia aérea como ponto de conexão para transferir seus passageiros/carga para o destino pretendido] de suas regiões”, explicou o presidente.
No interior, a empresa já abriu conversas com as empresas que já tem voos para aqueles destinos e também com outras que possam se interessar pela ligação. Migliorini citou ainda o fato de que o consórcio é composto pela Socicam, que tem sob sua administração mais de dez aeroportos.
“Estamos vendo a possibilidade dessa questão [de acréscimo de voos], que depende de mercado, situação do país, economia. É uma série de cenários que precisamos analisar. A coisa mais importante que estamos dando como garantia para as empresas é que nós, a frente dos aeroportos, daremos infraestrutura física, de segurança operacional, para receber novas rotas”, explicou o presidente.
Migliorini também revela ter muita confiança nos aeroportos mato-grossenses, já que o bloco foi bastante estudado pela empresa, que travou uma briga ferrenha pelo controle destes terminais durante o leilão realizado pelo governo federal.
“Sabemos que Mato Grosso tem muito a oferecer. Temos visto este hub regional que existe no Estado. A importância da posição estratégica, pujança econômica. Foi um ágio consciente. Sabemos os números do negócio e do potencial. Isso nos deu uma tranquilidade. A partir disto, queremos consolidar a nossa marca, como grandes administradores de aeroportos no país. Com estes quatro, são 12 na nossa administração”, pontuou.
Hub da América do Sul
O diretor presidente da Centro-Oeste Airport, Marco Antonio Migliorini, afirmou que o desejo da empresa é transformar o terminal mato-grossense em um hub [designação dada ao aeroporto utilizado por uma companhia aérea como ponto de conexão para transferir seus passageiros/carga para o destino pretendido] da América do Sul.
“Entendemos que o Aeroporto Marechal Rondon será um hub da América Latina, pela sua potencialidade e posição estratégica dentro do continente. Acreditamos muito no Estado, que está em pleno desenvolvimento. Estudamos muito e sabemos do potencial deste terminal e também dos regionais”, frisou o presidente em entrevista exclusiva.
Transição
A Centro-Oeste Airport (COA), empresa que assumirá a gestão do aeroporto de Cuiabá e outros quatro do interior, continua a transição para assumir o comando dos terminais. A expectativa é que a partir de janeiro tudo já esteja sob o controle da concessionária. No primeiro momento, as mudanças serão mais visuais e estruturais, conforme a assessoria de imprensa.
Funcionários já foram contratados e estão recebendo treinamento para atuar no aeroporto de Cuiabá. Os concursados da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) tiveram a oportunidade de escolher se querem ser remanejados para outros órgãos ou migrarem para a empresa privada. Outros colaboradores ainda deverão ser recrutados pela Centro-Oeste Airport.
Dentre as melhorias que os operadores terão que implementar nos terminais a curto prazo estão, por exemplo, a melhoria da climatização, acesso à internet gratuita (wi-fi) nos terminais, adequação de banheiros e atualização de sinalização aeroportuária.
Durante os cinco primeiros anos de concessão, será investido R$ 386,7 milhões nos quatro aeroportos do Bloco Centro-Oeste. O investimento previsto ao longo das três décadas é de R$ 770 milhões. Com a concessão de 30 anos, é esperado que o número de passageiros ao ano triplique até 2049.
Os quatro aeroportos do Estado movimentam juntos cerca de 3,2 milhões de passageiros por ano, sendo que o maior fluxo é do Marechal Rondon, que em 2018 encerrou com movimentação de 3 milhões de embarques e desembarques. O aeroporto de Sinop recebe em média 150 mil passageiros ao ano, o de Alta Floresta 110 mil e de Rondonópolis 90 mil.