Presas da Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, e da Cadeia Pública de Nortelândia, a 254 km da capital, estão confeccionando máscaras de tecido para o próprio uso e para a proteção de agentes prisionais e presos de outras unidades contra o novo coronavírus.
Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), o objetivo é proteger o maior número possível de reeducandos e servidores do sistema penitenciário, evitando que o novo coronavírus se propague dentro das unidades prisionais.
A diretora da penitenciária feminina, Maria Giselma Silva, é costureira e desenvolveu o trabalho com quatro reeducandas. A princípio a ideia era a produção para as próprias detentas, mas depois o projeto foi ampliado. Agora, as máscaras serão disponibilizadas em outras unidades penais.
“Uma servidora nossa comentou que havia feito máscaras de tecido em casa para a família, então pensei que poderíamos fazer isso aqui, pois temos ateliê de corte e costura com os equipamentos necessários”, contou a diretora.
Em média, as reeducandas conseguem confeccionar cerca de 200 máscaras por dia.
Na Cadeia Pública de Nortelândia, Maria Giselma ministrou uma oficina de costura para oito reeducandas. As alunas já estão trabalhando com a confecção de máscaras, após o Conselho da Comunidade no município doar materiais como como linha, agulha e óleo de máquina. Os recortes de tecido foram doados por uma empresa de malhas, localizada em Diamantino.
Segundo a diretora da cadeia, Adriana Silva Duarte Quinteiro, com a quantidade de material doado devem ser feitas 240 máscaras de tecido.
“Fico muito feliz em poder ajudar e ver como as recuperandas também se sentem bem sabendo da importância do trabalho delas neste momento, além de diminuir a ociosidade e obterem remição de pena”, contou Maria Giselma.
O secretário-adjunto do Sistema Prisional, Emanoel Flores, pediu a administração das unidades prisionais do estado que façam o possível para proteger reeducandos e os servidores das penitenciárias
Já foram entregues máscaras na Cadeia Pública do Capão Grande, em Várzea Grande, e no Serviço de Operações Especiais (SOE) do sistema penitenciário.
As reeducandas da Penitenciária Central do Estado (PCE) também começaram a confeccionar máscaras para uso próprio e interno da unidade. Elas chegam a produzir uma média 100 máscaras por dia para a unidade.
A Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May tem 196 mulheres presas atualmente. Já a Cadeia Pública de Nortelândia tem 62 mulheres cumprindo pena e privadas de liberdade. A lei permite que para cada três dias trabalhados, um dia seja reduzido da pena.
Segundo a Sesp, as atividades internas nas unidades prisionais, como limpeza, manutenção, corte e costura, entre outras, continuam sendo desenvolvidas. Todas as medidas de proteção contra a contaminação por coronavírus são realizadas, como o distanciamento mínimo entre as reeducandas e a higienização.