Com o início da produção de concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ) em sua própria usina, a Prefeitura de Lucas do Rio Verde vai dar andamento ao programa de recuperação asfáltica que prevê, inicialmente, o recapeamento de cerca de 300 mil metros quadrados em toda a área urbana até o final do ano.
Nesta quinta-feira, 16, o produto, que ainda se encontrava em fase final de testes, chegou a ser aplicado experimentalmente na Avenida Beira Mata e, se nada atrapalhar, o cronograma de recuperação das vias públicas conduzido pela equipe da Secretaria de Obras e Infraestrutura terá início já a partir desta sexta-feira, pela avenida Paraná, começando na altura do cruzamento com a avenida Goiás, e seguindo em direção à avenida Mato Grosso, provocando a interrupção do trânsito naquele trecho da região central. Na sequência, a melhoria será estendida para outros trechos das principais avenidas.
Diferentemente do tratamento superficial duplo em cima das bases seguido da aplicação de lama asfáltica que vinha sendo empregado nas vias locais, o CBUQ, uma mistura de agregado mineral graduado, material de enchimento e ligante betuminoso espalhado e comprimido a quente, é bem mais resistente e uniforme. Na usina, tanto o material agregado como o ligante são previamente aquecidos antes de serem misturados.
A fabricação de material próprio, de acordo com o prefeito Luiz Binotti, representará uma economia em torno de R$ 12,00 por metro quadrado se comparada com a contratação de uma empresa terceirizada para executar o serviço de recuperação asfáltica.
“Contrariando aqueles que defendiam a terceirização, fizemos um investimento em torno de três milhões de reais nesta usina, com caminhões e tudo, e eu tenho certeza que é um bom negócio para o município. Ao término do programa, segundo estudos que temos, somente com essa pavimentação de 300 mil metros quadrados programada para ser feita ainda este ano teremos uma economia de 30% a 40% que já paga o valor dessa usina e mais os acessórios necessários para a aplicação do produto, como os três caminhões que também foram adquiridos”, avalia Binotti.
Segundo o prefeito, existem muitos trechos na cidade com asfalto bastante antigo e outras vias entregues mais recentemente que não receberam o tratamento adequado por parte dos loteadores e que já precisam de manutenção.
“Esse é um sistema a quente, que permite fazer um asfalto mais regular, mais bonito e também com durabilidade maior. Todos os novos loteamentos de agora em diante terão que ser entregues com CBUQ. Isso vai ajudar o município a padronizar no futuro todas as ruas, ficando mais resistentes, mais duráveis e também com maior conforto para a trafegabilidade”, observa.
A proposta inclui, posteriormente, estender o asfaltamento para todas as estradas vicinais da zona rural. “Temos intenção de propor uma parceria com o Sindicato Rural e com os produtores rurais para colocar em prática esse projeto que tenho em mente e que já expus para algumas pessoas, que é ter Lucas do Rio Verde 100% asfaltada, inclusive as estradas do interior”, prevê.
Na manhã desta quinta-feira, no local onde está instalada a usina de CBUQ e que deverá servir de novo pátio para abrigar todas as máquinas pesadas da Secretaria de Obras e Infraestrutura, uma equipe técnica da empresa fabricante da usina dava as últimas orientações para os servidores locais que estão sendo treinados para produzir o novo material asfáltico que cobrirá as vias de tráfego do município.
“Iniciamos ontem um trabalho de testes aqui para chegar ao ponto certo da massa, porque toda massa asfáltica tem que ter controle tecnológico e, para isso, nos baseamos no órgão principal do Brasil, que é o DNIT, e que tem suas normas relacionadas à base, sub-base, tratamentos superficiais e CBUQ, para que tenham mais qualidade e eficácia. O importante é a usina ter operadores qualificados para que saia uma massa de qualidade e que, ao ser aplicada em determinado local, seja devidamente eficaz e a população se beneficie desse resultado”, explica Edílson Santos, coordenador de pavimentação da equipe local.