Peritos criminais ambientais da Perícia Oficial e Identicação Técnica (Politec) identificaram vestígios que materializavam delitos de extração de minerais em área de preservação permanente, durante a operação Pison, deflagada pela Polícia Civil, na região Norte do Estado, na semana passada.
A extração na áreas de preservação permante estava sem licença e em desacordo com a lei de crimes ambientais n°9.605/1998.
Conforme a perita oficial criminal, Rosangela Ventura, diante do grande impacto observado tanto nas propriedades periciadas quanto no leito do córrego atingido, o laudo pericial elencará a intensidade/quantidade da degradação, os efeitos da qualidade ambiental resultante de atividades irregulares de extração mineral e trará a valoração do dano ambiental.
“Os danos observados afetam ou podem afetar a saúde, e o bem-estar da população, cria condições adversas às atividades sociais e econômicas como pesca esportiva e de subsistência. Afetou as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente pela alteração do leito original do curso hídrico com a escavação de diversas cavas e ainda possivelmente lançou matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos, visto que foi encontrado material análogo a óleo queimado e mercúrio nas balsas”, advertiu.
Durante a operação, coordenada pela Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema), foram cumpridas busca que resultaram na apreensão de armas de fogo e munições, substâncias análogas a mercúrio que eram jogadas no rio, cuias para limpeza de ouro, quatro balanças de precisão, embalagens com descrições que remetem ao comércio ilegal e clandestino de ouro, motosserra e redes utilizadas para pesca predatória.
A delegada Liliane Murata, titular da Dema, ressalta que o trabalho de inteligência foi estrategicamente planejado, em virtude do grau de dificuldade da operação. “Foi colocado em prática com muito profissionalismo pela base operacional que executou o planejamento de forma fiel, trazendo excelentes resultados para a sociedade e para o bioma. O trabalho integrado é a chave para combater o crime”, pontua.
A operação foi concluída com a destruição de três balsas e embargo de propriedades que estavam atuando na área de preservação permanente do bioma amazônico, no município de Nova Guarita.
As balsas destruídas na operação estavam atracadas às margens do rio Batistão, em área de APP, e eram utilizadas para garimpo, com a extração ilegal de ouro, degradação da fauna e a flora e, consequentemente, causando poluição ambiental com o depósito de produtos químicos no rio.
A Operação Pison contou com o apoio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), Delegacia de Polícia Civil de Guarantã do Norte, Gerência de Operações Especiais e Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Mato Grosso, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar, Politec, além de parceiros do Ministério Público e do Judiciário Estadual.
(Com informações da Polícia Civil de Mato Grosso)