O Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) apresentou denúncia contra dois policiais militares, por homicídios quadruplamente qualificados contra os moradores em situação de rua Thiago Rodrigues Lopes e Odinilson Landvoigt de Oliveira. Os crimes ocorreram no centro de Rondonópolis, na madrugada do dia 27 de dezembro.
Além dos homicídios, os policiais foram denunciados por tentativa de homicídio, quadruplamente qualificados, contra Antônio Marcos Marques de Souza, William Pereira de Oliveira Filho e Oziel Ferle da Silva. A denúncia inclui ainda o crime de fraude processual.
De acordo com o MPMT, os homicídios foram motivados por razões torpes, utilizando recursos que dificultaram a defesa das vítimas e empregando arma de fogo de uso restrito ou proibido, representando um perigo comum para as pessoas no local.
A denúncia relata que os policiais, em um veículo Land Rover, dirigiram-se até as proximidades do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua. Do interior do veículo, efetuaram diversos disparos de arma de fogo contra moradores de rua que estavam dormindo ou tentando dormir na calçada.
“Não satisfeitos, os denunciados, validando o objetivo específico de matar e buscando atingir o maior número de pessoas, retornaram ao local dos primeiros disparos (Avenida Bandeirantes) e efetuaram novos disparos contra as pessoas ali presentes, direcionando, inclusive, diversos disparos em face de Odinilson Landvoigt de Oliveira (Alcunha Russo), que foi a óbito instantaneamente no local (sendo atingido por aproximadamente 09 disparos de arma de fogo)”, descreveu o MPMT.
As vítimas Thiago Rodrigues Lopes e Odinilson Landvoigt de Oliveira morreram instantaneamente no local. William Pereira de Oliveira Filho e Oziel Ferle da Silva foram socorridos, enquanto Antônio Marcos Marques de Souza conseguiu se esquivar dos disparos.
O MPMT também alega que os policiais denunciados tentaram induzir a erro o juiz e os peritos criminais, registrando boletim de ocorrência sobre o extravio da arma utilizada, danificando um celular, ocultando o veículo em uma transportadora e registrando boletim alegando ter sido alvejado acidentalmente na perna.
Os dois policiais militares estão atualmente custodiados no Batalhão de Operações Especiais (BOPE) de Cuiabá, após transferência. A Promotoria de Justiça solicitou a conversão da prisão temporária em prisão preventiva. O desenrolar desse caso chocante continua a ser acompanhado de perto pela comunidade local.
