As duas operações realizadas para desarticular a atuação de uma facção criminosa que agia em Guarantã do Norte foram concluídas com o indiciamento de 25 pessoas, sendo que 22 delas estão presas.
Os inquéritos deram origem às Operações Leyenda e Remanere conduzidas pela Delegacia de Polícia Municipal de Guarantã do Norte.
No relatório final, de 90 páginas, 25 pessoas foram indiciadas por integrarem organização criminosa, sendo duas delas na posição de liderança, marido e mulher, moradores de Rondonópolis. Todos os investigados também foram indiciados pela prática dos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas mediante processo de intimidação difusa.
Atuação da organização
Conforme explica o delegado Lucas Lelis, que concluiu a investigação, foi identificado que o líder da facção dava suas ordens diretamente de Rondonópolis e sua esposa oferecia a base financeira da organização, pois toda a movimentação de valores decorrentes do comércio de entorpecentes era realizada nas contas em nome da suspeita.
Em Guarantã do Norte havia um gerente do tráfico de drogas, que era o braço direito do líder e agia mediante autorização deste. Abaixo do gerente existiam três assistentes, que o auxiliavam no tráfico de drogas na cidade.
Dezenove pessoas foram identificadas como “lojistas”, isto é, donos de ponto de comercialização de entorpecentes. Eles eram responsáveis pelas vendas ao usuário e o recolhimento de valores com destinação aos líderes da organização.
Entre os “lojistas” havia seis criminosos que ocupavam a função de “disciplinas”, executando as ordens de “salves” e “decretos” (tortura e morte de membros indisciplinados), mediante autorização do líder. Em alguns casos foi formado um “tribunal do crime”.
Na casa do principal líder da organização, em Rondonópolis, foram encontradas diversas anotações sobre a contabilidade do tráfico de drogas em Guarantã do Norte, com referências a bairros da cidade, bem como aos codinomes utilizados por diversos “lojistas” da facção.