Nesta terça-feira (11), a Polícia Civil deflagrou a Operação Falso Embarque, cumprindo 17 mandados em Itajaí e Camboriú, em Santa Catarina. A operação investiga um suposto golpe na contratação de um voo fretado de Porto Príncipe, no Haiti, para Mato Grosso, envolvendo imigrantes haitianos que pagaram R$ 741 mil pela viagem, que nunca aconteceu.
As vítimas, imigrantes haitianos vivendo no Brasil, reuniram dinheiro para fretar um avião que traria seus parentes ao país, devido à crise política no Haiti e à ausência de voos comerciais entre os dois países. Em novembro de 2023, a Associação de Defesa dos Haitianos Imigrantes e Migrantes em Mato Grosso denunciou o caso à Delegacia de Estelionato em Cuiabá.
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, três de proibição de saída do país, dois de suspensão de atividade empresarial, três de suspensão da atividade profissional da advocacia e quatro ordens judiciais de bloqueio de bens e valores. Durante as buscas, foram apreendidos computadores da empresa de viagens, aparelhos celulares, um computador da advogada envolvida e um veículo Toyota Etios novo.
A investigação revelou que os imigrantes firmaram um contrato no valor de R$ 741 mil com uma empresa de fretamento de voos e uma advogada. O contrato previa a partida do voo do Aeroporto Toussaint Louverture em Porto Príncipe com destino ao Brasil. No entanto, a viagem não ocorreu na data prevista e, apesar das diversas tentativas de resolução, nenhuma nova data foi proposta e o dinheiro não foi devolvido.
A advogada da empresa alegou que o reembolso seria feito gradualmente, mas não forneceu uma data concreta ou um compromisso firme para a devolução dos valores. Com base nessas informações, a Polícia Civil instaurou um inquérito policial, levando à emissão das ordens judiciais contra os responsáveis pela empresa e a advogada.
A Operação Falso Embarque é um passo importante para buscar justiça para os imigrantes haitianos enganados e para punir os responsáveis pelo golpe.