Com o crescimento de quase 55% nos crimes de estelionato registrados no estado no último ano, a Polícia Civil criou uma delegacia especializada na Capital para reforçar a atuação investigativa na apuração de crimes dessa natureza.
A Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes foi instalada no prédio onde funcionava, anteriormente, a 2ª Delegacia de Cuiabá, no bairro Planalto, que foi readequado e equipado para acomodar a estrutura investigativa da nova unidade policial.
O delegado-geral da Polícia Civil, Mário Dermeval, o diretor Metropolitano, Rodrigo Bastos, e o delegado regional da Capital, Wagner Bassi, visitaram a estrutura nesta semana e se reuniram com as equipes de trabalho, que tem cinco delegados na gestão e na condução das investigações de estelionatos e outras fraudes.
Crescimento dos golpes
Entre janeiro e setembro deste ano, foram registradas em Cuiabá 3.089 ocorrências de estelionato. No ano passado inteiro, o número registrado foi de 4.240.
Considerando apenas os registros de estelionatos praticados em Cuiabá, o crescimento entre os anos de 2019 e 2020 foi de 35,6%, enquanto que os dois principais crimes patrimoniais – roubo e furto – apresentaram queda nas ocorrências. Os registros de roubos cometidos na Capital tiveram queda, no mesmo período, de 26,6% e o de furtos obteve redução de 32,4%.
O delegado regional de Cuiabá pontua que a instalação da nova delegacia se mostrou necessária diante do crescimento exponencial dos crimes de estelionato, que é praticado utilizando variadas modalidades de golpes. “Precisávamos de um olhar mais próximo da ação delituosa e a criação da nova delegacia traz um trabalho especializado da Polícia Civil para chegar aos criminosos, assim como também trabalhar a prevenção e orientação”, afirma o gestor.
Para o delegado-geral, Mário Dermeval, a instalação da nova estrutura da Delegacia de Estelionato é essencial, uma vez que apesar de já ter existido no passado e permanecer criada em legislação estadual, a unidade estava funcionado apenas como núcleo em um dos cartórios da antiga 2ª Delegacia de Polícia do Carumbé. A unidade vem atender uma demanda necessária, visto que o crime organizado cada vez mais tem migrado a sua atuação para golpes de estelionato.
“Vamos providenciar a implantação de um Núcleo de Inteligência dentro da unidade e trabalhamos a ideia de um prédio exclusivo para a Delegacia de Estelionato, com um efetivo maior e melhor amparo tecnológico, que atualmente a investigação de crime de estelionato exige” È o momento oportuno da Polícia Civil preencher essa lacuna com qualidade e ser destaque no combate a esse tipo de crime”.
Atendimento especializado
A titular da delegacia, Luciani Barros Pereira, destaca que um dos objetivos da Delegacia de Estelionato é proporcionar um padrão de qualidade no atendimento às vítimas e nas investigações. “Estamos buscando um trabalho diferenciado, melhoramos o atendimento, criamos o setor de Pronto Atendimento em que a vítima chega na unidade e já é acolhida para ser ouvida”, explica a delegada titular.
Luciani Pereira destaca ainda que quando a vítima procura a Delegacia de Estelionato tem a oitiva realizada por um policial e é formalizada a representação criminal, que é necessária. De imediato é instaurado o Auto de Investigação Preliminar (AIP) e o delegado já faz a análise dos fatos, da ocorrência, determina as diligências e as providências preliminares e, a partir daí, já é dado início as investigações.
“A visita da diretoria nos dá a certeza de que estamos no caminho certo no trabalho investigativo e temos apoio da instituição para desenvolver o nosso trabalho com maior afinco. Nós temos um grande desafio pela frente, uma vez que o estelionato é a atividade criminosa que mais cresce no estado. Então estamos desenvolvendo uma metodologia de trabalho diferenciada, um trabalho especializado, visando o fortalecimento das ações de investigação, concentrando os esforços para coibir a ação dos golpistas”, reforça a delegada.
Outra atuação da Delegacia de Estelionato é reforçar as ações preventivas e de orientação à sociedade para evitar que as pessoas caiam em golpes, que trazem prejuízos financeiros e muitas vezes emocionais às vítimas. “Golpistas geralmente não usam armas e podem estar atrás de tela de computador. O cidadão deve sempre desconfiar de situações em que a esmola é demais, pois não há dinheiro fácil”, orienta Luciani.