Uma nova espécie de cobra d’água foi identificada na Bacia do Tocantins-Araguaia. O animal foi denominado como Helicops phantasma e sua descoberta é resultado da parceria entre a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Pernambuco (UFPE) e Universidade de São Paulo (USP).
O professor Felipe Curcio, da UFMT, afirma que essa cobra potencialmente estaria ameaçada de extinção em virtude dos impactos antrópicos associados ao desenvolvimento do agronegócio, e também da instalação de empreendimentos hidrelétricos na região.
Sobre o estudo, ele afirma que, embora já houvesse a suspeita de ser uma espécie nova pela maior parte dos pesquisadores brasileiros, a sua publicação formal dependia de um esforço grande de amostragem junto a diversos acervos de coleções brasileiras, e de uma consulta detalhada da literatura.
“Tal trabalho foi um esforço feito pelo pesquisador e ex-estudante da UFMT Antonio Moraes da Silva, que hoje desenvolve doutorado na UFPE com o mesmo grupo de pesquisa de colaboradores da UFMT”, completou.
No decorrer da pesquisa, Antonio Moraes descreveu outras espécies de cobra d’água que habitam o Pantanal, como a Helicops boitatá, nativa da região de Poconé.
“Esse projeto foi uma experiência muito boa, pois puder revisar as populações de Helicops leopardinus, que demonstravam uma grande variação ao longo da distribuição e daí eu queria entender o que era essa variação e que história ela contava para a gente”, afirmou.
Segundo ele, até então era uma espécie que não tinha passado por uma revisão, então o grupo começou esse trabalho que o pesquisador considera muito interessante, já que a partir daí foram surgindo vários produtos.