Pesquisador cria embalagem biodegradável com óleo de pequi

Trabalho foi premiado na 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

Fonte: Assessoria

Pesquisador cria embalagem biodegradável com óleo de pequi
Foto: Divulgação

O pesquisador Gabriel Bezerra Cardoso, mestre em Ciências de Materiais pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) no Campus Araguaia, trabalhou durante o mestrado no desenvolvimento de filmes biodegradáveis, à base de acetato de celulose, incorporados com óleo de pequi.

Gabriel Cardoso explica que o pequi é um fruto do Cerrado, produzido em alta escala na região, e que por ser rico em carotenoides possui capacidade antioxidante, ou seja, capaz de combater os radicais livres. Considerando as características do fruto, a pesquisa visava desenvolver uma embalagem que além de biodegradável, fosse ativa, ou seja, que prolongasse a vida dos alimentos por mais tempo.

Para realização dos testes foi extraído o óleo do pequi e incorporado ao acetado de celulose com a utilização de polissorbatos, que são emulsificantes que homogeneízam as misturas com óleo. O primeiro desafio foi descobrir a quantidade de óleo a ser incorporado. Os testes mostraram que a concentração ideal foi de 10% de óleo em solução padrão.

Para testar a biodegradabilidade, as embalagens com diferentes composições de polissorbatos, foram enterradas em solo e monitoradas a cada 30 dias. Os resultados foram positivos. “Comprovamos que o material estava se degradando rapidamente e realmente se decompõe em até 120 dias”, explica o pesquisador.

Os filmes com óleo de pequi foram avaliados quanto a permeabilidade, opacidade e resistência mecânica. De acordo com Cardoso, os resultados indicam que o material tem potencial para funcionar como embalagem ativa, capaz de proteger frutas sensíveis à luz, controlar a passagem da umidade e oxigênio. Um dos resultados obtidos foi quanto a composição do filme, testes realizados através da técnica de fluorescência de raio X.

O trabalho foi orientado pelas professoras Paula Becker Pertuzatti Konda e Renata Lázara Araújo. O estudante foi bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). A pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso (Fapemat) e realizada nos equipamentos do Grupo de Compostos Bioativos (GCBO) e do Centro de pesquisa multiusuário (CPMUA) no Campus do Araguaia.

Prêmio

A pesquisa conquistou o segundo lugar na categoria mestrado durante a 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), evento que ocorreu em outubro em Cuiabá (MT). A premiação reconhece pesquisas que dialogam com o tema anual do evento, que nesta edição é voltado para água, oceanos e sustentabilidade.

O prêmio foi oferecido pela Fapemat em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O valor é destinado diretamente ao pesquisador, como incentivo à continuidade da trajetória científica. “Não é prestação de contas. É um reconhecimento do esforço e um estímulo para seguir pesquisando”, finaliza Gabriel Cardoso.

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Jornalista formado (DRT 0001781-MT), atua no CenárioMT na produção de conteúdos sobre política, economia, esportes e temas do agronegócio em Mato Grosso. Com experiência consolidada na redação e apuração regional, busca entregar informação clara e contextualizada ao leitor. Aberto a pautas e sugestões. Contato: [email protected] .