Um grupo de pescadores e entidades ligadas ao meio ambiente fizeram uma petição para impedir que seis novas usinas sejam instaladas em Nobres, Rosário Oeste, Jangada, Acorizal, Várzea Grande e Cuiabá. O documento tem quase 900 assinaturas e deve ser encaminhado à Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) no final da campanha.
Os licenciamentos das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) estão em análise na secretaria.
Segundo o Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad), a campanha ‘Rio Cuiabá livre’ tem o objetivo de impedir a aprovação.
As entidades afirmam que as usinas Angatu I, Angatu II, Iratambé I, Iratambé II, Guapira II, e Perudá, planejadas para funcionarem na parte média do Rio Cuiabá, poderão causar impactos irreversíveis para as comunidades ribeirinhas e urbanas, para o ecossistema, caracterizado por espécies de peixes migratórios e, ainda, influenciar diretamente o Pantanal.
“A Lei Nacional de Recurso Hídrico diz que as águas são de uso múltiplo, para todos os usuários da bacia. Não é interessante um único usuário do setor hidrelétrico ficar com todo o potencial da bacia para ele, em detrimento de uma única atividade, causando problema para todos os demais usuários”, diz a bióloga envolvida no projeto, Luciana Ferraz.
Os rios Cuiabá e São Lourenço fazem parte da Bacia do Alto Paraguai, formadora do Pantanal. Neste ano, a Agência Nacional das Águas (ANA) mapeou em vermelho uma área onde ocorreu uma significativa alteração hidrológica e de qualidade da água, já que a implantação de empreendimentos hidrelétricos traria conflitos locais ou regionais.
Um exemplo disso, segundo a Formad, foi a redução da produtividade dos peixes nos ecossistemas e, consequentemente, prejuízo econômico e cultural para a pesca profissional, turística ou difusa, a ocasional.