Para aperfeiçoar as técnicas de análise e identificação de novas drogas ilícitas que estão sendo encontradas no Brasil, um perito criminal da Politec, juntamente com peritos de diversos estados da Federação, participaram de uma capacitação no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal nos dias 02 a 06 de dezembro, em Brasília (DF).
Na tentativa de burlar a lei, traficantes fazem pequenas modificações químicas em moléculas de drogas já existentes, proibidas pela legislação atual. Esse surgimento frequente de novas substâncias demanda atualizações constantes nos métodos empregados para sua detecção.
A capacitação focou no aperfeiçoamento da capacidade dos peritos na detecção dos materiais com a utilização das metodologias já empregadas pela perícia, por meio do infravermelho e da cromatografia gasosa. “Foram apresentadas as substâncias psicoativas novas e mais comuns, que já estão na portaria de substâncias proibidas divulgadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 03.12. Essas moléculas já estão na biblioteca dos equipamentos, mas devido as modificações produzidas em sua composição, elas não eram possíveis de ser identificadas. Durante o curso foi ensinada uma metodologia que estabiliza a molécula e gera um composto que é reconhecido pela biblioteca do sistema, fazendo com que o laudo não saia inconclusivo”, explicou o perito em Química Forense da Politec-MT, Paulo Sérgio Vasconcelos de Oliveira, que participou do curso.
Conforme o perito, a partir desta atualização, será possível concluir rapidamente perícias sobre alguns entorpecentes e micro selos, cujos laudos antes se mostravam inconclusivos.
A capacitação é fruto do Projeto Minerva, que visa fornecer subsídios para identificação e enquadramento de novas drogas na legislação. O projeto alia a expertise da Polícia Federal às experiências das perícias estaduais, proporcionando troca de informações entre os profissionais sobre as dificuldades de cada estado e gerando um conhecimento ainda mais amplo sobre essas drogas. Essas substâncias, além de contribuírem para a disseminação do tráfico, oferecem riscos e impactam a saúde pública, gerando uma série de prejuízos ao Brasil.
“O primeiro a identificar a presença de uma nova droga no país é o perito, uma vez que essas substâncias são detectadas em comprimidos, selos ou cristais semelhantes aos já encontrados contendo substâncias conhecidas, como MDMA ou LSD”, esclarece a perita federal e uma das coordenadoras do curso, Mônica Paulo.
“Para isso, esse profissional precisa ter condições e ferramentas para analisar quimicamente as substâncias, informar aos órgãos de saúde e de segurança pública, e fornecer subsídios à investigação”, conclui.
A capacitação foi realizada em três módulos, entre outubro e dezembro, em Brasília (DF). Em 2020 outros peritos serão capacitados.
(Com informações do Ministério da Justiça e Segurança Pública)