O desfecho de um caso trágico envolvendo o homicídio de um bebê de apenas 1 ano, ocorrido em Primavera do Leste, foi selado com a condenação do pai pelo Tribunal do Júri. O homem foi sentenciado a 21 anos e quatro meses de prisão por homicídio qualificado, com agravantes de motivo torpe, asfixia, recurso que impossibilitou a defesa, e pelo fato da vítima ser menor de 14 anos. A decisão foi anunciada na terça-feira (21) pelo juiz Alexandre Delicato Pampado, da comarca local. Surpreendentemente, a mãe da criança foi absolvida pelo júri popular.
Um casal, denunciado pelo homicídio, foi investigado pela Delegacia da Polícia Civil de Primavera do Leste após o crime ocorrido em 20 de junho do ano passado. Os pais levaram a criança até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) após atestar a morte durante o atendimento médico.
O delegado Allan Vitor Sousa da Mata, responsável pelo inquérito, ressaltou que o trabalho pericial evidenciou que as lesões que resultaram na morte foram resultado de ações violentas praticadas contra a criança. O laudo da Politec-MT concluiu que a causa da morte foi asfixia devido à obstrução das vias aéreas.
Comparando os resultados da perícia com o interrogatório do acusado, a Polícia Civil apontou que, apesar das tentativas de minimizar a violência, o pai agiu com violência, batendo a cabeça e sacudindo com força a criança. Essas ações resultaram em lesões internas na cabeça e na obstrução das vias aéreas, levando à asfixia e, consequentemente, à morte.
No interrogatório, o pai afirmou que, durante a madrugada de 20 de junho do ano passado, alimentou o filho com mamadeira e o colocou em um berço improvisado ao lado da cama. Alegou ter coberto a criança e deixado o celular carregando próximo ao berço. Pela manhã, ao acordar para levar o bebê à creche, alegou que o filho havia enrolado o carregador do celular no pescoço.
A perícia preliminar, acionada pela Polícia Civil, identificou sinais de lesões na parte interna dos lábios, indicando que alguém havia feito força para tapar a boca da criança. A necropsia realizada pela equipe médica de peritos de Rondonópolis apontou lesões na parte interna da cabeça e hemorragia no cérebro.
Diante dos indícios apresentados na perícia preliminar, o pai da criança foi preso em flagrante à época, e a Delegacia de Primavera do Leste solicitou à Justiça a conversão em prisão preventiva. A análise pericial, de acordo com o delegado, desmontou a versão apresentada pelo investigado à época.