Os pacientes que fazem tratamento contra hipertensão arterial pulmonar – doença rara que causa o estreitamento e bloqueio de vasos sanguíneos do pulmão –, em Mato Grosso, estão sem os medicamentos desde dezembro do ano passado.
Eles afirmam que os remédios Bosentana, que custa em média R$ 7 mil a caixa, e o Sildenafila, com o valor médio de R$ 2 mil, não estão sendo mais encontrados nas farmácias de alto custo.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que a compra do medicamento Sildenafila é de responsabilidade do Ministério da Saúde e que a farmácia estadual tem em estoque 23 mil comprimidos. A farmácia tem também o ambrisentana, de 5 e 10 miligramas.
Sobre o bosentana, a secretaria informou que nos pregões realizados não apareceram interessados em fornecer o remédio. A SES disse ainda vai reabrir o pregão para tentar adquirir o medicamento nos próximos dias.
São 35 pacientes que tem essa doença e precisam dos remédios em todo o estado. Eles relatam que qualquer esforço físico pode colocar a vida deles em risco.
“Eu pensava que aposentaria e teria uma vida mais feliz, mas percebi que não vou poder viver isso, pois vou morrer. Quero ter os remédios para viver um pouco mais”, declarou a aposentada Marlene Souza.
A dona de casa Jaqueline Lisboa afirmou que precisa de uma caixa do Bosentana e quatro do Sildenafila por mês.
“Fico desesperada, com medo de morrer. Tenho apenas mais cinco comprimidos que ganhei de uma paciente que foi a óbito e a família dela doou para nós que estamos sem”, contou.
A professora Sebastiana Pereira da Silva disse que foi ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para tentar conseguir um auxílio-doença ou a possibilidade de uma aposentadoria, mas o pedido foi negado.
“A perita disse que eu não estava doente, estava apenas com problema de cabeça e que precisava procurar Deus, que ele iria me ajudar. Eles não veem o problema”, lamentou.