Na manhã desta terça-feira (12.03), a Delegacia da Polícia Civil de Tapurah iniciou a Operação Gravatas, cumprindo 16 ordens de prisões preventivas e buscas e apreensões.
O alvo são quatro advogados, um policial militar e três líderes de uma facção criminosa já custodiados. A ação, com o apoio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e regionais da Polícia Civil de Nova Mutum e Sinop, ocorre nas cidades de Sinop e Cuiabá.
A investigação, conduzida pela Delegacia de Tapurah, revelou a existência de uma organização criminosa liderada por três detentos e a participação de advogados e um policial militar. Os relatórios detalham mais de mil páginas sobre a conduta dos investigados, evidenciando que cada advogado tinha uma tarefa específica em prol da organização criminosa.
Os líderes da facção associaram-se estruturalmente aos advogados, representando o braço jurídico do grupo, com uma clara divisão de tarefas para obterem vantagens financeiras e jurídicas. Crimes como tráfico de drogas, associação ao tráfico, tortura e lavagem de capitais estavam entre as práticas da organização.
Guilherme Pompeo, delegado responsável pela investigação, destacou que o braço jurídico atuou à margem da lei, associando-se voluntariamente à organização criminosa, em desrespeito aos princípios éticos que regem a categoria.
Além da atividade legal, os advogados atuaram para embaraçar investigações, repassar informações policiais em tempo real, auxiliar em crimes graves, como tortura, e intermediar comunicação entre líderes presos e outros membros soltos. Um policial militar de Sinop também colaborou, enviando ilegalmente boletins de ocorrência para os advogados, que repassavam aos líderes da facção.
Durante a operação, aproximadamente R$ 100 mil foram apreendidos na casa de uma advogada em Sinop. As prisões e buscas contra os advogados foram acompanhadas pelo Tribunal de Prerrogativas da OAB-MT.