Operação Cenário Montado Gyn foi deflagrada na manhã desta terça-feira (16), pela Polícia Civil de Mato Grosso, com o cumprimento de 30 ordens judiciais contra um esquema estruturado de fraudes em licitações públicas que teria causado prejuízo milionário ao erário, conforme divulgado oficialmente pela corporação. As medidas atingem empresários, funcionários de empresas e servidores públicos investigados por fraudar pregões eletrônicos, tendo como principal vítima a Prefeitura de Barra do Garças.
Mandados e valores bloqueados
Conforme apurado pela reportagem junto à Polícia Civil, estão sendo cumpridos sete mandados de prisão preventiva, sete mandados de busca e apreensão, além de quebras de sigilo bancário, telefônico e telemático. A Justiça também determinou a suspensão das atividades econômicas de duas empresas e o sequestro de valores superiores a R$ 4,2 milhões, quantia correspondente ao prejuízo inicialmente identificado no núcleo central da investigação.
As ordens judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Criminal de Barra do Garças e são cumpridas no próprio município e nas cidades goianas de Aparecida de Goiânia e Aragoiânia, com apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) e da Polícia Civil de Goiás.
Como funcionava o esquema investigado
Segundo a Polícia Civil, o grupo utilizava empresas de fachada do setor de eventos e shows para simular concorrência em processos licitatórios, prática conhecida como direcionamento de certames. As investigações apontam indícios de superfaturamento, associação criminosa e corrupção, além do uso reiterado de Atas de Registro de Preços por meio de adesões conhecidas como “caronas”.
Somente em três pregões investigados no município de Pontal do Araguaia, os valores globais chegaram a aproximadamente R$ 25,8 milhões, com possibilidade legal de adesões que poderiam alcançar até R$ 51,7 milhões, conforme o limite de 200% previsto na legislação vigente.
Superfaturamento comprovado
Análises técnicas realizadas durante a Operação Cenário Montado Gyn identificaram superfaturamento de até 372,09% em itens como palcos, iluminação, geradores, telões de LED e estruturas para eventos. Após as fases iniciais da operação, uma nova pesquisa de mercado indicou queda imediata nos preços, reforçando a suspeita de manipulação de orçamentos e ausência de competitividade real.
Expansão e novas fases
Com o avanço da apuração, a Polícia Civil constatou que o mesmo padrão fraudulento teria sido replicado em outros municípios da região, incluindo Barra do Garças. Em um pregão eletrônico local, surgiram indícios de subcontratação integral irregular, execução contratual simulada e continuidade das atividades por empresas ligadas a grupos já sancionados judicialmente.
Nas fases anteriores da investigação, a Justiça já havia autorizado o sequestro de bens que ultrapassam R$ 21 milhões. As apurações seguem em andamento, com análise aprofundada de documentos e dados financeiros, e não está descartada a deflagração de novas fases.
Por que o nome da operação?
De acordo com a Polícia Civil, o nome Operação Cenário Montado Gyn faz referência à encenação de uma concorrência legítima em licitações públicas, quando, na prática, o resultado já estaria previamente definido para beneficiar empresas específicas.
- Prejuízo investigado no núcleo central: R$ 4.208.302,96
- Mandados cumpridos: 30
- Municípios envolvidos: Barra do Garças, Aparecida de Goiânia e Aragoiânia
Reportagem baseada em informações oficiais da Polícia Civil de Mato Grosso.
CTA: Acompanhe as próximas atualizações para entender os desdobramentos da Operação Cenário Montado Gyn e os impactos para a gestão pública regional.



















