Em uma ação conjunta da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e da Delegacia de Tapurah, a Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou na manhã desta quarta-feira (26/06) a Operação Assintonia. A operação teve como foco uma organização criminosa que atuava na região médio-norte do estado com o comércio de entorpecentes, armas de fogo e munições, além de lavagem de dinheiro.
72 mandados judiciais foram cumpridos, sendo 22 de prisão preventiva, 24 de busca e apreensão e 26 bloqueios de contas bancárias. As ações aconteceram nas cidades de Cuiabá, Tapurah, Itanhangá, Porto dos Gaúchos e Boa Esperança.
Um dos principais alvos da operação é um dos líderes de uma facção criminosa na região médio-norte do estado. Atualmente detido na Penitenciária Central do Estado (PCE), o criminoso possui extensa ficha criminal por tráfico de drogas e armas de fogo, além de ordenar roubos e assassinatos em série.
As investigações revelam que o líder da facção comandava suas atividades criminosas de dentro do presídio, utilizando mensagens e ligações de celular para ordenar roubos, homicídios e negociar armas de fogo. O preso exercia grande influência no mundo do crime e liderava seus comparsas, conhecidos como “soldados da sua tropa”, que atuavam principalmente nas cidades de Tapurah, Itanhangá, Ipiranga do Norte e Sorriso.
O grupo também atuava na venda de drogas, e os integrantes eram obrigados a repassar à liderança os lucros obtidos ao final de cada mês, além de prestarem contas das vendas.
Para se infiltrar na comunidade e cooptar a população, o grupo criminoso investia na organização de festas, financiava times de futebol amador e distribuía cestas básicas. Através dessa falsa imagem de benfeitores, o grupo buscava silenciar a população e evitar que crimes fossem denunciados.
As investigações também apontaram para o comércio de armas e munições, incluindo pistolas, carabinas, revólveres, um fuzil, além de explosivos. As armas eram vendidas tanto para revenda quanto para serem utilizadas em crimes, como assaltos, assassinatos de membros de facções rivais e até mesmo ataques a agentes de segurança pública.
Além do tráfico de drogas e do comércio de armas, o líder da facção também impunha uma espécie de “mensalidade” a empresas da região, em troca de “proteção” contra roubos e furtos. Caso alguma empresa se recusasse a pagar, o grupo se comprometia a resolver o problema caso um crime acontecesse.
A Operação Assintonia é um duro golpe contra o crime organizado em Mato Grosso, desarticulando uma organização criminosa que aterrorizava a população e colocava em risco a segurança pública. A ação demonstra o compromisso da Polícia Civil do estado no combate ao crime e na defesa da sociedade.