Em 2018, o Ciosp (Centro Integrado de Operações de Segurança Pública) registrou 1.013.840 chamados, destes 94.273 mil contatos foram trotes, resultando em um percentual de 9% do total das chamadas. Os trotes realizados por crianças somaram pouco mais de 62 mil. Já os adultos foram responsáveis por mais de 32 mil das ocorrências falsas.
Ainda segundo dados do Ciosp, que abrange os atendimentos em Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres e Rondonópolis, se considerar o total de trotes e as ligações não concluídas, os números de chamadas falsas elevam para 645.757 mil ligações, o que equivale a 63% do total das chamadas recebidas.
“As chamadas não concluídas são aquelas que a pessoa liga, o atendente tenta o contato, mas a pessoa não responde e desliga. Neste momento, um canal está disponibilizado para uma ligação que não se trata de uma ocorrência”, explicou o gerente técnico do Ciosp, sargento BM Leandro Alves.
As práticas mais comuns de trotes são palavrões, relatos inverídicos de violência, assédio aos atendentes e canções.
Em 2017, houve 1.185.776 chamadas. Deste número, 93.689 mil foram trotes. Uma redução mínima de ligações falsas. O Ciosp é responsável pelo recebimento das chamadas emergenciais da Polícia Militar (190), Polícia Judiciária Civil (197), Corpo de Bombeiros (193), Secretaria de Mobilidade Urbana – Semob (118) e o Disque Denúncia Nacional (181). A central também coordena o envio de pessoal e viaturas ao atendimento das ocorrências
O coordenador do Ciosp, tenente coronel PM Siziéboro Elvis de Oliveira, disse que no momento em que ocorre o trote, um ramal fica ocupado, impossibilitando ajudar quem realmente precisa. “As chamadas indevidas geram prejuízos em todo o sistema de emergência, pois quando não é possível identificar que a pessoa está passando um trote e a ocorrência é despachada para as nossas equipes empenhamos uma viatura que não precisava ser utilizada e isso acarretará em custos ao Estado”, enfatizou.
O número de viaturas enviadas para ocorrências falsas não é maior porque, em 2017, a Sesp implantou uma ferramenta de identificação de chamada, o que aponta de qual bairro a ligação está sendo feita. “No momento em que é atendida a ligação, o operador já pergunta de qual bairro está falando e em alguns casos, o local não confere ao que está registrado, então já é detectado que se trata de um trote”, explicou o coordenador.
Há casos que o Ciosp chega a receber mais de 300 ligações de um único número no período de um mês. Nestes casos, os gestores encaminham o contato para a Delegacia de Polícia para que seja feito o pedido de cancelamento do número. A autoridade policial também chama o dono da linha para prestar depoimento, mas, em alguns casos, o autor das chamadas alega desconhecimento dos fatos.
O trote aos serviços de emergência é um crime previsto no Código Penal. Quando identificado, o autor é enquadrado no artigo nº 340 do Código Penal: falsa comunicação de crime ou de contravenção, cuja pena é detenção de um a seis meses ou multa.
SMS
Para inibir os trotes feitos por usuários de telefone celular e se aproximar do cidadão, a Sesp implantou um sistema de envio de mensagens de texto informativo, que é acionado quando a chamada é classificada como trote pelos atendentes do Ciosp, nviada automaticamente ao celular com os seguintes dizeres: “Ciosp informa! Você fez uma chamada ao número de emergência que foi classificada como TROTE. TROTE é ato criminoso de acordo com o artigo 340 do Código Penal”.
Já quando a chamada não é um trote, a pessoa que realiza a ligação via celular ao Ciosp recebe um torpedo SMS com o seguinte texto: “Você fez uma chamada ao número de emergência. Estamos empenhados em lhe atender”. A mensagem contém ainda o número e o dia da ocorrência gerada no sistema.